‘Saga Crepúsculo – Eclipse’: agora sim, um filme à altura
Márcia Pereira
Direto de São Paulo
Pode parecer birra de jornalista preconceituoso, que acha que todo filme que não é rodado em um cenário fétido e caindo aos pedaços, com bandidos mostrando seu poder de fogo, ou não é assinado por algum figurão da indústria francesa, húngara ou iraniana não vale a pena. Mas não é nada disso. Realmente, os dois primeiros filmes da saga Crepúsculo eram ruins, de uma maneira que chegava mesmo a macular o propósito de entretenimento açucarado, elaborado nos mínimos detalhes – e bota mínimo nisso – pela dona de casa que de uma hora pra outra se transformou numa autora de best-seller, Stephenie Meyer. Mas enquanto Crepúsculo (2008) e Lua Nova (2009) deixaram muito a desejar, Eclipse – que estreia nesta quarta-feira (30) nos cinemas em todo o mundo – dá sinais de amadurecimento cinematográfico. Parece que agora ele foi feito por gente que entende e sabe o que está fazendo.
Claro, ainda está longe de ser um bom filme sobre uma das figuras míticas mais incríveis da ficção (o vampiro). No entanto, desta vez, o ridículo das cenas e dos diálogos forçadamente dramáticos foi deixado um pouco de lado. Ok, a boca entreaberta de Kristen Stewart/Bella- a mocinha humana da história -, o “olhar 43″ entupido de glitter do vampiro Edward/Robert Pattinson e o torso nu e sem pelos do lobisomem Jacob/Taylor Lautner ainda estão lá. Mas em Eclipse eles são mais inofensivos à inteligência e servem melhor ao seu objetivo maior: agradar aos fãs.
Mérito do diretor, o inglês David Slade – o mesmo do violento e aflitivo 30 Dias de Noite (2007) e do surpreendente Menina Má.com (2005)? Pode ser. Como pode ser também graças ao budget, mais recheado desta vez – o que aliviou pro lado dos lobos/lobisomens, que ficaram menos “toscos”. Enquanto que no primeiro longa foram gastos cerca de US$ 37 milhões e, no segundo, US$ 50 milhões, neste terceiro os produtores colocaram mais a mão no bolso e jogaram aproximadamente US$ 65 milhões na mão da equipe.
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