Para alguns, Kristen Stewart é simplesmente “a garota de Twilight”. A sua interpretação envolvente da adolescente apaixonada Bella Swan na romântica série de vampiros de sucesso a colocou no mapa e garantiu a ela o título de “estrela de cinema.”
E para muitos jovens atores, isso teria representado uma chance para ficar rico, para fazer um monte de pretensiosos filmes de sucesso que pagam bem e com vários interesses amorosos sobrenaturais. Stewart, por outro lado, prefere o caminho de mais desafios: filmes indies menos promissores, papeis que falam com ela de maneira sincera, e a ocasional interpretação de um grande ícone (tipo, digamos, Joan Jett). Ela só espera que aqueles que querem vê-la como nada além de Bella dêem a ela uma chance.
“Tem um caminho que estou seguindo agora, e estou ciente de que não existe bem um público para filmes estranhos – para filmes diferentes e ecléticos – e eu aceito isso totalmente,” ela disse. “Mas ao mesmo tempo, se eu fizer filmes assim, eu quero que as pessoas os apreciem pelo que são e não fiquem simplesmente ‘Oh, vamos ver a garota de Twilight tentar fazer isso?’”
Stewart disse que ela está profundamente grata por todas as oportunidades que a franquia de vampiros lhe proporciona, mas ela procurou se assegurar de que as personagens que ela escolheu desde então não fossem muito “Bella”. Vejam a comentada performance dela na recente sensação indie “Welcome to the Rileys.” Como a adolescente boca-suja foragida/stripper Mallory, Stewart é crua e real, uma menina supostamente machucada e problemática, e ela mais do que está a altura de seus contracenantes James Gandolfini e Melissa Leo. “Estou muito feliz que tenha levado o tempo que levou para ser feito, porque daí na época eu estava com 18, e eu estava preparada e mais confiante e madura o suficiente para interpretar o papel,” disse a atriz, agora com 20. “Eu tinha lido o script quando eu tinha 16, e eu era simplesmente muito nova. Eu teria me protegido de certas coisas, eu acho.”
O diretor de “Rileys”, Jake Scott viu Stewart pela primeira vez no filme de Sean Penn, Na Natureza Selvagem (“Into the Wild”). O tempo dela em cena foi limitado, mas ela usou ele bem. “Eu fui tomar um drink com Sean Penn, e ele disse, ‘Dê uma olhada nessa menina?’” relembra Scott. “Ela não fez muito nesse filme, mas ela simplesmente tem uma qualidade que eu sempre imaginei que a Mallory teria – eu sempre digo ‘esperta’. Meio como uma fera, um pouco como um gato de rua. Isso é realmente muito forte nela, mesmo que ela venha de uma criação muito feliz e amorosa. É interessante; talvez seja por isso que ela consiga interpretar personagens tão problemáticas e complexas.”
“Welcome to the Rileys” estava em desenvolvimento pré-”Twilight,” e Scott relembra que teve que lutar um pouco para contratar Stewart. “Eu tive sorte de ele ter achado que eu merecia,” ela disse rindo. Stewart fez tudo que foi possível para corresponder a fé depositada nela por Scott, se atirando de cabeça em pesquisas e trabalhando a personagem. “Eu sou do Valley (região de Los Angeles), e eu tive a mais normal e privilegiada criação, então o meu medo nisso era meio que ‘Quem é você e o que você sabe sobre isso??’” ela disse.
Stewart leu livros sobre adolescentes de rua, falou com trabalhadores de strip club da vida real, e até aprendeu a fazer ‘pole dance’. “Você não vê isso de fato no filme,” ela falou sobre o pole dancing, “o que é um saco – quer dizer, não é um saco. O Jake não queria explorar a Mallory mais do que ela já é explorada, mas eu descobri com isso que exige muito esforço. Eu tinha hematomas por todas as pernas, subia nos lados do meu corpo. Acho que fizemos todo o possível para fazer isso certo. Para as garotas que poderão se identificar com um filme assim, é tão necessário. Seríamos umas fraudes se não fizéssemos o trabalho direito.”
Para Stewart, “o trabalho direito,” as coisas que você tem que fazer para fazer uma performance tão autêntica quanto for humanamente possível, é uma parte integral de como ela aborda um papel. Aqueles que querem mesmo vê-la como a inadequada Bella Swan – uma as vezes sonhadora, as vezes impulsiva adolescente – provavelmente nunca ouviram ela falar sobre atuação. Tem uma estridente paixão que toma conta dela sempre que ela discute a verdadeira conexão com uma personagem, e mesmo que ela não precise fazer audições há algum tempo, ela não toma decisões por cima. Quando ela quer um papel, ela quer mesmo um papel.
“Se você tiver que sentar e se perguntar se você quer fazer uma coisa, então você não quer,” ela disse com firmeza. “Se você fica por ai pensando ‘Bem, é uma boa história, tem algumas coisas que me confundem, mas será que eu posso fazer funcionar’? Não, não, não. Eu não conseguiria fazer isso. Eu acho que eu seria muito ruim em qualquer projeto que fosse. Eu não posso fazer uma coisa funcionar bem se ela não conversar comigo de alguma forma. Você simplesmente fica, ‘Eu quero viver isso. Eu realmente quero aprender com isso.’ E tudo fica tão claro.”
No ‘Quarto’
Quando se trata de atuação, Stewart já tinha uma visão bastante clara desde novinha. A sua mãe era uma supervisora de scripts, então Stewart cresceu passeando por sets de gravação. “Eu ia para o trabalho com ela, e via crianças no set e ficava ‘Nossa, será que eu quero um emprego?” ela disse, rindo. Uma oportunidade surgiu quando alguém a viu “cantando alguma música ridícula em uma apresentação de algum feriado” na escola, ela lembra. “Tinha alguém na platéia que ajuda pessoas a encontrar um agente quando criança. Isso realmente só acontece em Los Angeles.” Aos 9 anos, ela começou a fazer testes para filmes. Um de seus grandes papeis foi a jovem diabética no filme de suspense “O Quarto do Pânico” que a colocou contracenando com Jodie Foster e sob a direção de David Fincher.
“Eu acho que eu fui umas seis vezes durante vários meses, porque eles começavam a produção e daí paravam e daí selecionavam novas pessoas,” Stewart disse. “Eu realmente lutei por aquele papel. Eles fizeram todas as crianças que vieram realmente batalhar pelo papel; não foi uma coisa rápida. Eu tive que ler para o David Fincher inúmeras vezes, e a cada vez tinha alguma anotação. Foi realmente intenso.” Ela entende o longo processo melhor agora, mas na época ela estava só se coçando por uma chance de provar que era capaz. “Eu estava tipo, ‘Meu deus, cara, relaxa, porr*, eu consigo fazer isso!’” ela disse, rindo. “Eu estava totalmente pensando que ele devia simplesmente confiar em mim.”
“O Quarto do Pânico” proporcionou um belo começo a carreira de Stewart, mas não foi até que ela fizesse o pesado filme indie “O Silêncio de Melinda” aos 13 anos que as coisas começaram a clicar, e ela reconheceu que ser atriz poderia ser uma carreira satisfatória para ela. “Eu me dei conta que você poderia tirar mais do trabalho do que só entretenimento e poder faltar aula,” ela disse. “Você pode contar histórias com as quais as pessoas podem aprender lições.”
Ela seguiu e misturou bastante, filmes mais para crianças com projetos independentes sérios, um deles foi a estréia de Mary Stuart Masterson como diretora, “Doces Encontros.” Masterson se lembra de ter ficado impressionada com a performance de Stewart em “O Quarto do Pânico”, mas ela ficou ainda mais de queixo caído depois que elas começaram a trabalhar juntas. A personagem de Stewart em “Doces Encontros” sofria de Ataxia de Friedreich, uma doença que afeta a fala e o movimento. Se os sintomas não fossem mostrados de forma acurada, disse Masterson, o resultado poderia ser ofensivo. Mas mais uma vez, Stewart estava determinada a fazer o trabalho.
“Ela estava totalmente dedicada a fazer certinho,” Masterson relembra. “Eu dei a ela algumas entrevistas que eu tinha gravado e apresentei a ela algumas pessoas que vivem com essa doença, e ela ficou imersa nesse processo. Ela foi muito discreta, e eu sabia que isso era um bom sinal, porque eu fiz um trabalho similar com personagens da vida real antes e eu sabia que ela estava vivendo era um certo protecionismo para sua própria integridade e a daquelas almas que sofrem com aquilo que ela vai só interpretar.”
Quando Masterson começou a fazer a promoção do filme em festivais, Crepúsculo ainda não tinha sido lançado e Stewart estava longe de ser um grande nome. “Depois de cada exibição,” disse a diretora, “alguém vinha me perguntar como eu tinha conseguido uma atriz tão talentosa com a doença.”
O mapa da ‘Estrada’
Stewart estava em Pittsburgh trabalhando no filme independente “Adventureland” quando ela ouviu falar inicialmente de Crepúsculo. Na época, ela disse, ela “não tinha mais espaço em sua cabeça” para sequer considerar um projeto daquela magnitude. Ainda assim, ela aceitou a audição e lembra ter ficado animada quando a diretora Catherine Hardwicke e o ator Jackson Rathbone voaram para Pittsburgh para conhecê-la. “Nós trabalhamos juntos por quatro horas,” Stewart disse. “E no final, não queríamos para de falar a respeito, e Catherine ficou , ‘Okay, bem, eu acho que você deve fazer isso. Eu vou pegar um avião agora, mas espero que possamos continuar essa discussão outra hora.’ E eu fique ‘Uh, isso quer dizer…?’ Eu não conseguia acreditar.”
Como Scott, Hardwicke ficou encantada pela breve participação de Stewart em “Na Natureza Selvagem”. “Eu senti a vulnerabilidade e o desejo dela pularem para fora da tela quando ela senta na cama do trailer, tentando seduzir Emile [Hirsch],” Hardwicke relembra. “Kristen tem que sentir tudo – conectar, fazer de tudo coisas próprias para ela. Ela é intensa e poderosa e tem um dom atlético. Bella Swan é desastrada. Kristen teve que ser a sais desajeitada jogadora de vôlei em Crepúsculo, mas na realidade ela é ótima.”
Stewart não estava necessariamente preparada para o status de “superstar” que Twilight daria a ela, mas ela tenta manter os pés no chão e manter o seu processo de tomar decisões basicamente igual. “Muito mudou, mas ao mesmo tempo o processo de escolha não mudou,” ela disse. “Eu acho que não saberia a diferença de como seria se não tivesse ‘Twilight,’ porque as coisas que aconteceram, provavelmente não teriam acontecido. Estou ciente e agradecida por isso. E quando algo como ‘Welcome to the Rileys’ fala com você, você tem que mergulhar de cabeça.”
(Trecho já postado - Kristen fala de OTR e como foi trabalhar com Tom)
Estratégia de jogo
Embora ela tenha uma maneira distinta de avaliar papeis em potencial, Stewart confessa que ela evita estratégias pesadas quando se trata de sua carreira, “porque em ter uma estratégia, eu não poderia ter aquela coisa onde eu não sei o que eu quero fazer até o papel realmente grite comigo. Mas um dia – quem sabe quão perto ou longe isso está – principalmente agora que eu ganhei esse enorme presente que é o ‘sim’, eu adoraria desenvolver projetos e fazê-los com pessoas que já são próximas a mim.”
O “presente que é o ‘sim’” que o sucesso de Twilight deu a ela é algo com o qual Stewart ainda fica maravilhada. Mas ela entende as limitações do presente – e ela não quer usá-lo para reviver Bella Swan. “Eu não tentei ainda, mas aparentemente seria fácil eu conseguir aprovação para um filme onde eu interprete a protagonista se eu fizer um papel relativamente normal, de uma menina bonita,” ela disse. “Existem muitos filmes assim. Mas se eu quisesse interpretar, digamos, uma prisioneira transexual [no filme indie em desenvolvimento 'K-11'], coisa que eu realmente quero fazer, isso não tem o mesmo peso.”
Stewart sabe que tem muitos olhos em cima dela no momento. E ela sabe que existem algumas pessoas que sempre verão ela como “a garota de Twilight”. Mas ela está determinada a continuar lutando por seus papeis diferentes, por construir a sua carreira com base em sempre demonstrar todo o seu comprometimento com qualquer que seja o projeto que ela escolha e trabalhar duro para os escritores e diretores que confiam suas visões nela. “Sério,” ela fala simplesmente, “Eu só quero continuar fazendo o que estou fazendo.”
OUTTAKES
- Está agendada para estrelar os dois últimos capítulos de Twilight, dirigidos por Bill Condon
- Foi indicada a quatro Young Artist Awards (Prêmios Jovens Artistas) (“Into the Wild,” “Cold Creek Manor,” “Undertow,” “Panic Room”)
- É representada pela agência Gersh Agency
- Ficou grata por ter Joan Jett ao seu lado enquanto interpretava a cantora em “The Runaways”: “Ela acabou realmente vibrando comigo o tempo todo, durante os ensaios, todo e santo dia de filmagem. Ela tinha os seus próprios fones de ouvido, e estávamos constantemente juntas. Ela estava por perto, e foi assim que eu senti que conseguia fazer isso sem achar que estava errada ou ridícula. Tipo, eu só pintaria o cabelo de preto: ‘Oh yeah, eu sou Joan Jett!’”
- Ter trabalhado com Jodie Foster em “O Quarto do Pânico” deu a ela um modelo sobre como se portar como atriz: “Se eu tivesse trabalhado com outra pessoa, eu talvez não tivesse ficado com aquela impressão específica que eu tive com ela, que foi controlada e muito focada e profissional – e também normal. Ela é uma das garotas mais legais que já conheci, e então, ao mesmo tempo, ela uma das mulheres mais extraordinárias.”
- Ela não tem feito muitas audições ultimamente, mas está sempre disposta a isso: “Você mostrar ao diretor que você deve estar lá, ao invés de ter que aos pouquinhos ir ganhando a sua aprovação e confiança. A maioria das vezes, para mim, você tem as reuniões iniciais, e eles ficam ‘Você se importa de ler o script com alguém, só para ver como anda?’ e eu estou sempre, ‘Cara, é claro.’ É melhor, pois você pode experimentar ao invés de ser surpreendida.”
Traduzido por: Monica // Portal Twilight
E para muitos jovens atores, isso teria representado uma chance para ficar rico, para fazer um monte de pretensiosos filmes de sucesso que pagam bem e com vários interesses amorosos sobrenaturais. Stewart, por outro lado, prefere o caminho de mais desafios: filmes indies menos promissores, papeis que falam com ela de maneira sincera, e a ocasional interpretação de um grande ícone (tipo, digamos, Joan Jett). Ela só espera que aqueles que querem vê-la como nada além de Bella dêem a ela uma chance.
“Tem um caminho que estou seguindo agora, e estou ciente de que não existe bem um público para filmes estranhos – para filmes diferentes e ecléticos – e eu aceito isso totalmente,” ela disse. “Mas ao mesmo tempo, se eu fizer filmes assim, eu quero que as pessoas os apreciem pelo que são e não fiquem simplesmente ‘Oh, vamos ver a garota de Twilight tentar fazer isso?’”
Stewart disse que ela está profundamente grata por todas as oportunidades que a franquia de vampiros lhe proporciona, mas ela procurou se assegurar de que as personagens que ela escolheu desde então não fossem muito “Bella”. Vejam a comentada performance dela na recente sensação indie “Welcome to the Rileys.” Como a adolescente boca-suja foragida/stripper Mallory, Stewart é crua e real, uma menina supostamente machucada e problemática, e ela mais do que está a altura de seus contracenantes James Gandolfini e Melissa Leo. “Estou muito feliz que tenha levado o tempo que levou para ser feito, porque daí na época eu estava com 18, e eu estava preparada e mais confiante e madura o suficiente para interpretar o papel,” disse a atriz, agora com 20. “Eu tinha lido o script quando eu tinha 16, e eu era simplesmente muito nova. Eu teria me protegido de certas coisas, eu acho.”
O diretor de “Rileys”, Jake Scott viu Stewart pela primeira vez no filme de Sean Penn, Na Natureza Selvagem (“Into the Wild”). O tempo dela em cena foi limitado, mas ela usou ele bem. “Eu fui tomar um drink com Sean Penn, e ele disse, ‘Dê uma olhada nessa menina?’” relembra Scott. “Ela não fez muito nesse filme, mas ela simplesmente tem uma qualidade que eu sempre imaginei que a Mallory teria – eu sempre digo ‘esperta’. Meio como uma fera, um pouco como um gato de rua. Isso é realmente muito forte nela, mesmo que ela venha de uma criação muito feliz e amorosa. É interessante; talvez seja por isso que ela consiga interpretar personagens tão problemáticas e complexas.”
“Welcome to the Rileys” estava em desenvolvimento pré-”Twilight,” e Scott relembra que teve que lutar um pouco para contratar Stewart. “Eu tive sorte de ele ter achado que eu merecia,” ela disse rindo. Stewart fez tudo que foi possível para corresponder a fé depositada nela por Scott, se atirando de cabeça em pesquisas e trabalhando a personagem. “Eu sou do Valley (região de Los Angeles), e eu tive a mais normal e privilegiada criação, então o meu medo nisso era meio que ‘Quem é você e o que você sabe sobre isso??’” ela disse.
Stewart leu livros sobre adolescentes de rua, falou com trabalhadores de strip club da vida real, e até aprendeu a fazer ‘pole dance’. “Você não vê isso de fato no filme,” ela falou sobre o pole dancing, “o que é um saco – quer dizer, não é um saco. O Jake não queria explorar a Mallory mais do que ela já é explorada, mas eu descobri com isso que exige muito esforço. Eu tinha hematomas por todas as pernas, subia nos lados do meu corpo. Acho que fizemos todo o possível para fazer isso certo. Para as garotas que poderão se identificar com um filme assim, é tão necessário. Seríamos umas fraudes se não fizéssemos o trabalho direito.”
Para Stewart, “o trabalho direito,” as coisas que você tem que fazer para fazer uma performance tão autêntica quanto for humanamente possível, é uma parte integral de como ela aborda um papel. Aqueles que querem mesmo vê-la como a inadequada Bella Swan – uma as vezes sonhadora, as vezes impulsiva adolescente – provavelmente nunca ouviram ela falar sobre atuação. Tem uma estridente paixão que toma conta dela sempre que ela discute a verdadeira conexão com uma personagem, e mesmo que ela não precise fazer audições há algum tempo, ela não toma decisões por cima. Quando ela quer um papel, ela quer mesmo um papel.
“Se você tiver que sentar e se perguntar se você quer fazer uma coisa, então você não quer,” ela disse com firmeza. “Se você fica por ai pensando ‘Bem, é uma boa história, tem algumas coisas que me confundem, mas será que eu posso fazer funcionar’? Não, não, não. Eu não conseguiria fazer isso. Eu acho que eu seria muito ruim em qualquer projeto que fosse. Eu não posso fazer uma coisa funcionar bem se ela não conversar comigo de alguma forma. Você simplesmente fica, ‘Eu quero viver isso. Eu realmente quero aprender com isso.’ E tudo fica tão claro.”
No ‘Quarto’
Quando se trata de atuação, Stewart já tinha uma visão bastante clara desde novinha. A sua mãe era uma supervisora de scripts, então Stewart cresceu passeando por sets de gravação. “Eu ia para o trabalho com ela, e via crianças no set e ficava ‘Nossa, será que eu quero um emprego?” ela disse, rindo. Uma oportunidade surgiu quando alguém a viu “cantando alguma música ridícula em uma apresentação de algum feriado” na escola, ela lembra. “Tinha alguém na platéia que ajuda pessoas a encontrar um agente quando criança. Isso realmente só acontece em Los Angeles.” Aos 9 anos, ela começou a fazer testes para filmes. Um de seus grandes papeis foi a jovem diabética no filme de suspense “O Quarto do Pânico” que a colocou contracenando com Jodie Foster e sob a direção de David Fincher.
“Eu acho que eu fui umas seis vezes durante vários meses, porque eles começavam a produção e daí paravam e daí selecionavam novas pessoas,” Stewart disse. “Eu realmente lutei por aquele papel. Eles fizeram todas as crianças que vieram realmente batalhar pelo papel; não foi uma coisa rápida. Eu tive que ler para o David Fincher inúmeras vezes, e a cada vez tinha alguma anotação. Foi realmente intenso.” Ela entende o longo processo melhor agora, mas na época ela estava só se coçando por uma chance de provar que era capaz. “Eu estava tipo, ‘Meu deus, cara, relaxa, porr*, eu consigo fazer isso!’” ela disse, rindo. “Eu estava totalmente pensando que ele devia simplesmente confiar em mim.”
“O Quarto do Pânico” proporcionou um belo começo a carreira de Stewart, mas não foi até que ela fizesse o pesado filme indie “O Silêncio de Melinda” aos 13 anos que as coisas começaram a clicar, e ela reconheceu que ser atriz poderia ser uma carreira satisfatória para ela. “Eu me dei conta que você poderia tirar mais do trabalho do que só entretenimento e poder faltar aula,” ela disse. “Você pode contar histórias com as quais as pessoas podem aprender lições.”
Ela seguiu e misturou bastante, filmes mais para crianças com projetos independentes sérios, um deles foi a estréia de Mary Stuart Masterson como diretora, “Doces Encontros.” Masterson se lembra de ter ficado impressionada com a performance de Stewart em “O Quarto do Pânico”, mas ela ficou ainda mais de queixo caído depois que elas começaram a trabalhar juntas. A personagem de Stewart em “Doces Encontros” sofria de Ataxia de Friedreich, uma doença que afeta a fala e o movimento. Se os sintomas não fossem mostrados de forma acurada, disse Masterson, o resultado poderia ser ofensivo. Mas mais uma vez, Stewart estava determinada a fazer o trabalho.
“Ela estava totalmente dedicada a fazer certinho,” Masterson relembra. “Eu dei a ela algumas entrevistas que eu tinha gravado e apresentei a ela algumas pessoas que vivem com essa doença, e ela ficou imersa nesse processo. Ela foi muito discreta, e eu sabia que isso era um bom sinal, porque eu fiz um trabalho similar com personagens da vida real antes e eu sabia que ela estava vivendo era um certo protecionismo para sua própria integridade e a daquelas almas que sofrem com aquilo que ela vai só interpretar.”
Quando Masterson começou a fazer a promoção do filme em festivais, Crepúsculo ainda não tinha sido lançado e Stewart estava longe de ser um grande nome. “Depois de cada exibição,” disse a diretora, “alguém vinha me perguntar como eu tinha conseguido uma atriz tão talentosa com a doença.”
O mapa da ‘Estrada’
Stewart estava em Pittsburgh trabalhando no filme independente “Adventureland” quando ela ouviu falar inicialmente de Crepúsculo. Na época, ela disse, ela “não tinha mais espaço em sua cabeça” para sequer considerar um projeto daquela magnitude. Ainda assim, ela aceitou a audição e lembra ter ficado animada quando a diretora Catherine Hardwicke e o ator Jackson Rathbone voaram para Pittsburgh para conhecê-la. “Nós trabalhamos juntos por quatro horas,” Stewart disse. “E no final, não queríamos para de falar a respeito, e Catherine ficou , ‘Okay, bem, eu acho que você deve fazer isso. Eu vou pegar um avião agora, mas espero que possamos continuar essa discussão outra hora.’ E eu fique ‘Uh, isso quer dizer…?’ Eu não conseguia acreditar.”
Como Scott, Hardwicke ficou encantada pela breve participação de Stewart em “Na Natureza Selvagem”. “Eu senti a vulnerabilidade e o desejo dela pularem para fora da tela quando ela senta na cama do trailer, tentando seduzir Emile [Hirsch],” Hardwicke relembra. “Kristen tem que sentir tudo – conectar, fazer de tudo coisas próprias para ela. Ela é intensa e poderosa e tem um dom atlético. Bella Swan é desastrada. Kristen teve que ser a sais desajeitada jogadora de vôlei em Crepúsculo, mas na realidade ela é ótima.”
Stewart não estava necessariamente preparada para o status de “superstar” que Twilight daria a ela, mas ela tenta manter os pés no chão e manter o seu processo de tomar decisões basicamente igual. “Muito mudou, mas ao mesmo tempo o processo de escolha não mudou,” ela disse. “Eu acho que não saberia a diferença de como seria se não tivesse ‘Twilight,’ porque as coisas que aconteceram, provavelmente não teriam acontecido. Estou ciente e agradecida por isso. E quando algo como ‘Welcome to the Rileys’ fala com você, você tem que mergulhar de cabeça.”
(Trecho já postado - Kristen fala de OTR e como foi trabalhar com Tom)
Estratégia de jogo
Embora ela tenha uma maneira distinta de avaliar papeis em potencial, Stewart confessa que ela evita estratégias pesadas quando se trata de sua carreira, “porque em ter uma estratégia, eu não poderia ter aquela coisa onde eu não sei o que eu quero fazer até o papel realmente grite comigo. Mas um dia – quem sabe quão perto ou longe isso está – principalmente agora que eu ganhei esse enorme presente que é o ‘sim’, eu adoraria desenvolver projetos e fazê-los com pessoas que já são próximas a mim.”
O “presente que é o ‘sim’” que o sucesso de Twilight deu a ela é algo com o qual Stewart ainda fica maravilhada. Mas ela entende as limitações do presente – e ela não quer usá-lo para reviver Bella Swan. “Eu não tentei ainda, mas aparentemente seria fácil eu conseguir aprovação para um filme onde eu interprete a protagonista se eu fizer um papel relativamente normal, de uma menina bonita,” ela disse. “Existem muitos filmes assim. Mas se eu quisesse interpretar, digamos, uma prisioneira transexual [no filme indie em desenvolvimento 'K-11'], coisa que eu realmente quero fazer, isso não tem o mesmo peso.”
Stewart sabe que tem muitos olhos em cima dela no momento. E ela sabe que existem algumas pessoas que sempre verão ela como “a garota de Twilight”. Mas ela está determinada a continuar lutando por seus papeis diferentes, por construir a sua carreira com base em sempre demonstrar todo o seu comprometimento com qualquer que seja o projeto que ela escolha e trabalhar duro para os escritores e diretores que confiam suas visões nela. “Sério,” ela fala simplesmente, “Eu só quero continuar fazendo o que estou fazendo.”
OUTTAKES
- Está agendada para estrelar os dois últimos capítulos de Twilight, dirigidos por Bill Condon
- Foi indicada a quatro Young Artist Awards (Prêmios Jovens Artistas) (“Into the Wild,” “Cold Creek Manor,” “Undertow,” “Panic Room”)
- É representada pela agência Gersh Agency
- Ficou grata por ter Joan Jett ao seu lado enquanto interpretava a cantora em “The Runaways”: “Ela acabou realmente vibrando comigo o tempo todo, durante os ensaios, todo e santo dia de filmagem. Ela tinha os seus próprios fones de ouvido, e estávamos constantemente juntas. Ela estava por perto, e foi assim que eu senti que conseguia fazer isso sem achar que estava errada ou ridícula. Tipo, eu só pintaria o cabelo de preto: ‘Oh yeah, eu sou Joan Jett!’”
- Ter trabalhado com Jodie Foster em “O Quarto do Pânico” deu a ela um modelo sobre como se portar como atriz: “Se eu tivesse trabalhado com outra pessoa, eu talvez não tivesse ficado com aquela impressão específica que eu tive com ela, que foi controlada e muito focada e profissional – e também normal. Ela é uma das garotas mais legais que já conheci, e então, ao mesmo tempo, ela uma das mulheres mais extraordinárias.”
- Ela não tem feito muitas audições ultimamente, mas está sempre disposta a isso: “Você mostrar ao diretor que você deve estar lá, ao invés de ter que aos pouquinhos ir ganhando a sua aprovação e confiança. A maioria das vezes, para mim, você tem as reuniões iniciais, e eles ficam ‘Você se importa de ler o script com alguém, só para ver como anda?’ e eu estou sempre, ‘Cara, é claro.’ É melhor, pois você pode experimentar ao invés de ser surpreendida.”
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