quarta-feira, outubro 5
Entrevista completa da Kristen para a GQ Magazine
Hollywood é um lugar difícil para se esconder.
Especialmente quando tudo ao seu redor parece querer esquartejar as próprias avós para serem vistos, ouvidos, filmados, pagos, e aí vistos, ouvidos, filmados e pagos (em dobro) para fazer a sequência (em 3D) com Jason Flemying (interpretando o vilão), Andy Serkis (como o peculiar macaco inteligente com uma contenda contra a humanidade) e Hans Zimmer (compondo a trilha sonora com maestria). Mas como qualquer um dos agentes de Audi R8 – financiado – de LA iria concordar, se é atrás da vida gentil e quieta que você está, então você deveria ficar o mais longe de Hollywood quanto as seus belas pernas verdes são capazes de te carregar. Saia do jogo. Volte para seus meio-primos criadores de porcos em Albuquerque, Novo México. Vá para casa. Tenha filhos. Dê aulas. Esqueça seu conto de fadas idiota de estrela de cinema…
Mas você quer ser uma estrela? Você quer ser famoso? Então pule do sofá, docinho, e veremos você – sem o seu “padrinho” – essa noite no Chateau, quarto 69, para falar sobre sua “motivação”. Oh, mas você quer ser um ator? Alguém respeitado pelo seu trabalho? Bem, ouvi dizer que tem um duplex mendigando perto do condomínio de James Lipton no TriBeCa. Depois de 5 anos de fracassos de bilheteria e audiência, verei você no Mel’s Drive-In, na Sunset Boulevard, onde você estará servindo mesas pelo resto da sua precipitada, triste, solitária, preciosa vidinha. Pegue o meu pedido agora! OJ fresco, panquecas de trigo, um prato de huevos rancheros com 2 ovos com a gema mole e um pouco de issonuncavaiacontcer. Tchau tchau, mané – para sua carreira – enquanto você vai embora.
“Boom!“
Tal cena pode ser de alguma forma agressiva, mas não quer dizer que nunca aconteça. Para ser uma estrela em Hollywood é preciso uma estreia de sorte, um reality show, um agente pit bull, redenção das drogas, vários “dirigindo sob influência” e uma espetacular recaída ou, no mínimo do mínimo, uma generosa fatia de árduo nepotismo. Para ser um grande ator, no entanto — não importa o quão cético você possa ser sobre essa indústria – ainda é necessário talento. Ainda bem que Kristen Stewart – a bela estrela de 21 anos da franquia Twilight – não é de Albuquerque, não tem primos que criam porcos (que nós sabemos), nunca conhecidamente “lustrou a cara de pau de um agente” (a menos, é claro, se foi para alcançar sua cara debaixo do punho dela – com 3 irmãos mais velhos essa garota sabe cuidar de si), nem esteve em nenhum lugar perto da Mecca dos baba-ovos da indústria que é o infame Chateau Marmont. Em poucas palavras, tirando sua conta bancária (a Forbes tem seus ganhos listados ao lado dos de Julia Roberts mais cedo este ano) não há nada remotamente hollywoodiano em Kristen Stewart.
Na verdade, essa última parte não é verdade. Kristen foi ao Chateau. Umas um milhão e meio de vezes. E dizer que não realmente seu tipo de lugar é como falar que Dominique Strauss-Kahn terá dificuldade para contratar alguma ajuda. É simplesmente assim.
“E apenas acho que se nós fôssemos lá [no Chateau], eu ficaria olhando por trás dos ombros o tempo inteiro,” > concorda Kristen enquanto tomamos nossos acentos em um empoeirado restaurante mexicano a cerca de 1 hora de viagem de qualquer coisa que remotamente se pareça com a civilização. Encontrado nas montanhas de Topanga Canyon, o restaurante é uma taverna caseira onde cada cerveja vem com uma cesta vermelha de plástico de tacos quentes e salsa doce e caseira. Aquele lugar me lembra a sala de espera de toda montanha russa da Disney que eu já estive. “É praticamente o único lugar onde eu posso vir em LA em que eu tenho uma ínfima invisibilidade. E” – seus delicados, belos e refinados traços perdendo todo o humor repentinamente — “eu prefiro manter assim.”
Fica claro que Kristen é ferozmente proterora de sua casa e sua vizinhança. Mesmo nessa casa segura, sua voz muito frequentemente cai para um sussurro quando outro cliente passa pela velha porta de trás. Eu não chamaria de paranóia, mas ela obviamente fica um pouco inquieta perto de estranhos. Especialmente jornalistas. É pouco surpreendente. Desde que foi anunciado em 2007 que ela estaria no papel de Isabella “Bella” Swan na adaptação para o cinema dos sensacionalmente bem sucedidos livros de Stephenie Meyer, Kristen tem sido observada.
E observada. E seguida. E vigiada. E perseguida. E caçada. E falada. Online. Por paparazzi. Por fãs. Por haters. Por membros bêbados do Mumsnet e seus gatos. Por garotas pubescentes desesperadas para por suas garras em Edward Cullen, o personagem interpretado por Robert Pattinson. Em LA. Em Hollywood. Na Inglaterra. Na Escócia. Nas Ilhas de Wight. Enquanto dirige seu Mini cinza. Em taxis. Em premieres. Em feriados. Trabalhando. Não trabalhando. Enquanto ela está dormindo. Nos sonhos dela. Em seus pesadelos. Dizer que o sucesso da franquia de vampiros virou a vida de Kristen de cabeça para baixo e do avesso (de formas brilhantes mas também aterrorizantes) até que ela não saiba o caminho em torno do próprio estômago é falar pouco. Ma agora, finalmente, simplesmente como foi nesse ultimo verão para todas aquelas crianças Potter, “Tudo termina aqui”.
“Sim, terminamos. Filmamos todas as cenas.” O próximo mês vê o lançamento de Twilight: Breaking Dawn – Parte 1, enquanto a Parte 2, no verdadeiro estilo moderno e sugador de dinheiro das franquias, será lançado em novembro de 2012. Então Kristen está aliviada de finalmente terminar tudo? Sua resposta é um sorriso tímido, que em seguida se abre em um sorriso largo no qual você poderia estacionar uma canoa. “É tão raro em uma carreira sentir que um capítulo está se fechando, mas há algo final nisso. Não mais épicas e icônicas cenas…”
A menos que você seja um dos milhares de fãs de Twilight – ou “Twihards”, como os seguidores mais fanáticos são conhecidos – aí você está sem dúvida inconsciente de toda a histeria. Para os Twihards, entretanto, este filme final é o gigantesco momento botão-vermelho, quando a cruel abstinência abre caminho para o cruel abandono (i.e., quando Bella e Edward dão um creu na cachoeira). Em primeiro lugar, tem “o Casamento”; em Breaking Dawn, a personagem de Kristen, Bella Swan, finalmente amarra o nó com o vampiro alfa Edward. Depois, “a Concepção”; depois de uma noite de amor em câmera lenta e à meia luz com seu galã imortal e sugador de sangue, Bella cai grávida de sua coisa-criança metade humana, metade vampira, destinada ao lobo.
“Eu estava nervosa para a cena do casamento,” ela admite.“Quando olhei no set, com os enfeites e as luzes, e pude ver que todo mundo estava lá em seus figurinos, eu chorei. Deus, aquela porra daquele vestido!”
Embora ela possa arrasar em um cruel vestido curto – curto – numa premiere, a escolha-de-toda-ocasião de Kristen’ são jeans-tão skinny-que-parecem-que-são-spray-na-pele, Converse com cara de velho e uma camiseta velha do Rob Zombie. Eu fiquei presa naquilo por uma semana; eu mal conseguia me mover. Mas pareceu incrivelmente cerimonial. Parecia um casamento real.”
Não há duvidas de que a jovem mulher sentada em minha frente, bebericando uma cerveja quietinha, com a fumaça de seu cigarro subindo através das árvores, é de alguma forma transformada na garota adolescente que embarcou um pouco inocente (palavras dela) nessa inteira jornada mais de 4 anos atrás. Lições foram aprendidas. “O principal momento, quando eu soube que isso seria algo grandioso, foi na Comic-Con em San Diego em 2008. Foi a primeira ação promocional para Twilight que qualquer um de nós já havia feito, então não tínhamos nenhuma expectativa real. Havia milhares e milhares de pessoas esperando por nós. Aquele foi o momento em que eu senti o quão poderoso isso iria ser. Éramos eu, Rob [Pattinson], Ashley Greene, Taylor [Lautner], e simplesmente ilhamos uns para os outros e ficamos, tipo, ‘Que diabos está acontecendo?’.”
Todas as esperanças deles (e medos) logo se tornaram realidade. Twilight estava destinado a se tornar um terremoto da cultura juvenil e de potência máxima e alcance transglobal, e Kristen, juntamente com o britânico Pattinson, os astros principais no centro do turbilhão, nem tanto pelos rumores eles estão/eles não estão de um relacionamento fora das câmeras. O rompante iniciado pela enorme base de fãs foi logo intensificado por aqueles no comando da Summit Entertainment, a companhia à frente da adaptação cinematográfica. Nada deixa executivos de cinema com mais espuma em volta da boca do que a prospectiva de lucrarem em cima dos jovens, facilmente influenciáveis e verdadeiramente obcecados. Ou, como os fãs mais ardentes de Pattinson são conhecidos nos cantos mais sombrios da internet, “Robcecados”. “Daquele momento em diante, os caras do estúdio estavam andando por aí com símbolos de dólar nos olhos. Tipo, plin! *barulho de caixa registradora* E aí começou. A insanidade. As agendas. As exigencies. As entrevistas.”
Quanto mais fundo os jovens astros foram arremessados na franquia, mais o fenômeno Twilight inflava. Em breve, cada aspecto de suas vidas ia sendo afetado pela sede sanguinária do devorador monstro cultural. “O grande salto para mim foi, eu acho, ter segurança. E, quero dizer, ir a todo lugar com você. Simplesmente um cara grandalhão parado do meu lado o tempo inteiro. JB é o nome dele – esse é o meu cara. E ele me mataria por dizer isso, mas até mesmo ele tem um ca**lho de um site de fãs. Todas essas garotas o identificaram e agora ele é conhecido como ‘HBG’ – Guarda-Costas Gostosão.”
Como Twilight, New Moon, o segundo volume, chegou aos cinemas em 2009, Kristen e Pattinson descobriram que não podiam sequer sair de seus hotéis por medo de serem atacados por uma multidão relâmpago de twihards enlouquecidos. Cenas dos astros voando pelas ruas de New York seguidos por centenas de fãs aos prantos e em choque foram irradiadas através do globo. A atriz alguma vez temeu por sua vida? “Com certeza. Quero dizer, as pessoas são loucas. Todo mundo faz o que tem de fazer para se proteger, mas seria falso da minha parte sentar aqui e dizer que as pessoas não são loucas. Tenho certeza de que muitas pessoas se intimidam com essa pergunta pois querem garantir que pareçam 100% gratos o tempo todo e que tudo é a coisa mais maravilhosa sempre… mas no fim da linha, as pessoas são fodidamente loucas! Eu teria sido muito feliz apenas trabalhando de trabalho em trabalho, pagando meu aluguel um filme de cada vez. Eu nunca quis ser tão famosa assim. Eu nunca imaginei isso para mim.”
Kristen Stewart, uma californiana, tem trabalhado no cinema desde os 8 anos. Desde o começo ela soube que estava preparada para lutar e fazer o tipo de trabalho no qual ela acredita, ao invés de pegar o caminho mais rápido e ser vista em uma propaganda de cereal com um macaco falante. Não é que ela não sabia que tipo de atriz ela realmente queria ser, é mais que ela sabia que tipo de atriz ela nunca queria ser.
Seu primeiro papel propriamente dito foi no filme independente The Safety of Objects, originalmente um livro de AM Homes sobre disfunção e revolta na interior dos EUA. Kristen interpretou o papel da filha masculinizada de uma mãe problemática (Patricia Clarkson). “Eu peguei Safety… caminhando para o fim daquele período quando eu pensei que deveria seguir atuando. Como uma criança, você faz audições para a porra de tantos papéis fodidamente embaraçosos – e minhas palavras teriam sido bem as mesmas naquela idade também…”
Você pode ter notado, Kristen gosta de um bom palavrão. Algumas mulheres combinam com xingar, outras não têm peito para bancar isso. Com Kristen, a linguagem nua e crua combina perfeitamente com seu espírito independente. “Eu ficaria, tipo, ‘De jeito nenhum’. É por isso que nunca me ofereceram muitos papéis assim. Eu iria apenas passar pelas tomadas. Mesmo enquanto apenas olho fixamente eu levo as coisas muito a sério; eu não era o tipo de criança que faria uma propaganda de boneca ou faria uma série para o Nickelodeon. Eles me pediam para fazer coisas idiotas, e eu não era uma criança idiota.”
O jeitão notoriamente emburrado e largado de Kristen e seu temperamento dito mal-humorado são frequentemente comentados – ela sabe disso. “É engraçado. Eu peguei uma mochila velha no meu guarda-roupa esses dias, uma que eu costumava usar o tempo todo quando era adolescente. É coberta com símbolos da anarquia, todas essas frases e tachinhas de metal. Eu fiquei, tipo, ‘Uau, você deve realmente deve ter gostado da aparência disso!’ Apesar do que as pessoas pensam, eu era uma super seguidora das regras na escola. Eu adorava todo o visual largado, tipo, ‘Ei, eu não tô nem aí, foda-se,’ mas se eu não fizesse meu dever de casa, eu entrava em pânico.”
Chega 2001 e Kristen tem sua grande estreia em Hollywood ao lado de Jodie Foster, escalada pelo influente diretor David Fincher em O Quarto do Pânico. É um suspense sombrio e violento sobre um assalto mal sucedido em uma casa de luxo em Manhattan. “Foi difícil, e as tomadas eram intermináveis, como você esperaria de David. Ele tem uma filha mais ou menos da mesma idade que eu e isso tornou nossa relação muito mais fácil – ele sabia como lidar com isso. Ele é intenso, mas eu não conhecia nada diferente.”
Depois de O Quarto do Pânico vieram vários papéis, a maioria convocando Kristen a interpretar adolescentes complexas e inteligentes escondendo seu rosto com seus longos cabelos castanhos passando por algum tipo de crise, seja real ou existencial, hormonal e assim por diante. O Silêncio de Melinda (2004) foi um filme para a televisão sobre uma garota do colegial que – depois de ter sido estuprada em uma festa por um babaca popular – corta qualquer contato verbal com aqueles ao seu redor. Isso rendeu à atriz com então 13 anos um grande reconhecimento da crítica por sua interpretação madura de um assunto tão delicado.
“Eu era definitivamente consciente do assunto tratado no filme,” ela diz. “E não foi por causa de nada que tenha acontecido na minha própria vida – de jeito nenhum. Eu cresci em um lar feliz.”
Outro foi o filme de Sean Penn, Na Natureza Selvagem, um filme de 2007 sobre as aventuras reais de Christopher McCandless, um jovem que atravessou os EUA de carona no começo dos anos 90 – se dirigindo ao norte para o Alaska – em uma empreitada para se tornar maduro ao invés de aceitar a determinação de seus pais de ir para a faculdade e ter um emprego como todo mundo. McCandless foi soberbamente interpretado por Emile Hirsch, enquanto Kristen foi escalada como a adolescente apaixonada que desenvolve uma atração pelo jovem sonhador. “Aqueles bons papéis são um testemunho ao script que eu recebi. Você teria que ser um tijolo ou um pedaço de pau para não ser capaz de se conectar com algo daquele material.”
Enquanto ela fala, fica claro que essa não é meramente uma atriz amiguinha da mídia praticando um pouco de auto-depreciação barata para o bem da nossa entrevista. Kristen tem, de fato, uma visão surpreendentemente pé-no-chão sobre seu trabalho, e sobre atuar em geral, talvez indicativa do quão fácil ela acha a simples ideia de se tornar alguém que ela não é. “Eu não quero descreditar as pessoas individualmente, mas acho que as pessoas são muito as mesmas. As pessoas são muito parecidas. Se você tem uma imaginação boa o suficiente então você pode sentir coisas que você pessoalmente nunca sentiu antes. Isso é atuar.”
Tal visão de sua forma artística profissional escolhida (não que Kristen jamais chamaria atuar de “forma de arte”, suspeita-se) espelha sua visão bem obscura de seu negócio quando ainda uma novata. Com apenas 13 anos ela disse a uma revista que achava que atuar era “viver uma mentira”.
“Acho que quando eu era mais jovem, eu estava tentando muito soar despretensiosa. Naquela idade eu era tão amargamente auto-consciente e tão desesperada para não parecer como uma total imbecil. Não me sinto daquele jeito agora de jeito nenhum. Acho que foi algo que ouvi meus pais dizerem.”
Os pais de Kristen trabalham na indústria cinematográfica, como membros de equipe, profissionais liberais, por trás das câmeras. “Meus velhos sempre me esculacharam pelo quão de boa eu levo isso,” Kristen admite. “Meu pai falava coisas tipo, ‘Ah, simplesmente vá sentar no seu trailer, praticar suas falas e vá mentir por dinheiro.’ Era algo que eu dizia quando criança. Não se preocupe, eu tenho uma visão muito mais pretensiosa da atuação hoje em dia.”
“Para ser perfeitamente honesta, eu teria navegado bem feliz pela vida sem nunca enfrentar um minuto sequer do fenômeno Twilight. Os morto-vivos não me atraem, sabe. Como acontece, eu passei por eles todos, alguns deles talvez mais relutantemente que outros, mas eles não foram feitos para mim tanto quanto para minha sobrinha. Se eu tivesse uma sobrinha de 14 anos comprometida com abstinência de pornografia”. Como Kristen admite, “Twilight é irresistível para aquelas jovens garotas inocentes”. Falando com Kristen sobre os próximos passos em sua carreira, entretanto, ela também parece mais feliz de virar a página.
A adaptação de On The Road, de Jack Kerouac, está marcado para lançamento em Janeiro do próximo ano e Kristen foi escalada como a bela e de língua afiada Marylou. Embora obviamente algo literariamente totalmente diferente do Twilight de Meyer, mais uma vez é um livro com uma considerável base de fãs. Sem mencionar ser um dos trabalhos seminais da literatura norte-americana moderna. Nenhuma pressão, então.
“É algo muito grande para mim,” ela explica. “É claro, todos os atores levaram incrivelmente a sério a responsabilidade de trazer um trabalho para uma fruição visual. Mas nós conhecíamos nosso negócio; Walter [Salles, o diretor do filme] exigiu isso. Tivemos um período de ensaio de 4 semanas no qual fizemos uma espécie de acampamento beatnik – soa meio cafona, mas foi ótimo. Teve dança e ouvir música e ele nos fez assistir a Sombrar uma porrada de vezes. Tivemos biógrafos do Kerouac vindo e nos dando palestras, e a filha de Marylou – ou melhor, a filha de LuAnne Henderson [em quem Marylou é baseada] – veio para passar um tempo com a gente e nos deu informações tão brilhantes.” Kristen já era fã do livro? “Foi meu primeiro livro favorito de todos.”
Kristen decidiu largar a escolarização regular no início da adolescência e passou para a educação em casa, parcialmente porque ela estava for a filmando tanto e parcialmente porque ela não achou que sistema escolar a estava apoiando. “A escola se tornou genuinamente desconfortável,” ela explica. “Eu estava me sentindo um pouco incomodada com a coisa de atuar com meus colegas, mas também meus professores se tornaram um problema. Eles não queriam fazer o trabalho extra ou organizar os trabalhos para que eu pudesse continuar enquanto estivesse fora. Eles me bombaram. Meus professores me bombaram. Não um, mas todos eles. Eu sempre sou um pouco envergonhada, de certa forma, sobre o que eu faço. Eu sou um pouco constrangida pois tinha ambições tão sérias quando eu era mais jovem, eu nunca imaginei que eu jamais teria uma razão para não ir à escola. Mas aí isso aconteceu.
Isso, para Kristen, atualmente, significa cavalgar na zona rural da Inglaterra enquanto empunha uma enorme espada na cara de Charlize Theron. Theron é a Rainha Má da Branca de Neve de Kristen, em uma interpretação gótica da famosa história que está sendo retrabalhada para as telonas. Kristen tem tido que malhar e entrar em forma para o papel, algo que ela nunca teve o desejo ou o ímpeto de fazer. “Eu nunca malhei antes. Agora só sou permitida comer coisas de uma caixa. Funciona. Também, eu me sinto com mais energia e mais forte. Me levou muito tempo para perceber que eu era uma garota como adolescente. Naquele ponto eu nunca realmente acreditei nisso. Eu parecia um garoto por muito tempo. Agora, finalmente, eu me sinto como uma mulher.”
Branca de Neve e o Caçador está sendo filmado em e nos arredores de Gloucestershire, embora Kristen esteja passando uma grande parte de tempo em um imóvel alugado em Notting Hill, Londres. No dia anterior, enquanto no ensaio fotográfico da GQ, ela tinha explicado que estava ansiosa para ver mais do Reino Unido, já que “meu namorado é inglês”, embora quando eu menciono isso novamente o sangue é drenado para suas botas. “Eu nunca teria dito isso se eu soubesse que você iria me entrevistar.”
Eu honestamente não tinha esperado uma reação tão defensiva, mas fica claro quando ela sente que sua privacidade está sendo invadida, Kristen é rápida em se transformar em uma “mãe tigresa”. Todo o assunto, se você já não sabe, tem a ver com se ela está ou não namorando seu coastro em Twilight, Robert Pattinson, assunto que tem visto mais especulação que a origem da certidão de nascimento de Barack Obama. Digo a ela que estou surpreso de isso ser um problema, já que a evidência está aí for a para todos verem na web – as fotos, os momentos roubados, as escapadas no Natal… “Sim, sabe, eu sei que está,” ela admite. “Tanto da minha vida é tão facilmente encontrada no google. Quero dizer, fala sério, gente, é tão óbvio!” Seu humor encolhe, talvez consciente demais do quanto ela já disse. “Mas esse assunto, eu acho que você não entende o quanto isso é uma coisa importante para as pessoas. Bem, é uma coisa importante. Eles ficariam ‘Oh. My. God’ Eles também ficariam divididos 50/50. Algumas pessoas ainda ficariam ‘Viu, eu disse que eles não estão juntos.”
Kristen é precisamente consciente de toda a fofoca de plantão. Ela sabe sobre os nomes: os “Robstens” (aqueles que acham que K-Stew” e R-Patz” estão juntos); the “Nonstens” (aqueles fãs que acham que eles não estão) e os “F***stens” (aqueles que dizem que não dão a mínima para lado nenhum – mas na verdade realmente dão). Pergunto a ela para quem isso é realmente algo importante? Esses fãs desorientados? Para ela e Rob? Com o que ela se preocupa tanto?
“Não me preocupo nada com isso. É só uma dessas coisas. Eu sou egoísta. Eu sou tipo, ‘Isso é meu!’ e eu gosto de manter o que quer que seja meu desse jeito. É um joguinho engraçado de jogar e é escorregadio e tendencioso. Eu sempre digo para mim mesma que nunca vou abrir mão de nada porque não há nunca nenhuma razão ou ganho para mim.”
Eu digo que talvez depois que o último volume de Twilight saia isso fique de alguma forma mais fácil. “Sim, talvez. Quero dizer, nesse momento não é realmente um pesadelo, é apenas uma dessas coisas. Eu garanto que quando quer que seja que eu me case ou tenha um bebê, todo mundo vai querer saber o nome do meu filho e eu não vou dizer por eras. É simplesmente o jeito que eu quero fazer isso. Vai vir à tona, mas não terá que ser por mim. Eles vão ficar muito putos por eu não dizer e eu vou só dizer, ‘Não!’ Eu também tenho o desejo de vomitar coisas para fora, mas aprendi que eu não posso fazer isso. Não quando você percebe que o mundo inteiro está ouvindo. Talvez seja por isso que eu pareço tão desconfortável em entrevistas às vezes. Quero dizer, nós falamos sobre esconder coisas e eu tenho tido que me adaptar muito mais a isso, infelizmente. Mas sou feliz por não ser uma dessas atrizes que estão simplesmente todas prontas para se abrirem para todo mundo.”
Tem algum conselho que ela voltaria e daria a si mesma, antes de Twilight fazer dela uma estrela global? “Genuinamente não se preocupe muito com nada. Não se martirize sobre grandes cenas que não pertencem a você; as coisas serão do jeito que têm que ser. E toda a coisa das entrevistas, falar para o mundo… Não foi fácil para mim no começo. Fazer isso…” Ela sorri e aponta um dedo acusador. Ela está apenas metade brincando. “Vocês dizem coisas todos os dias que serão eternas, são sobre coisas da sua vida que significam o mais de tudo, você é pega de surpresa, você reage esquisito, você sente que as pessoas te odeiam. Às vezes as pessoas realmente te odeiam.”
Mesmo? Você sentiu que jornalistas te odiaram? “Nas primeiras vezes as pessoas foram definitivamente agressivas comigo. Eu sei que era uma resposta à minha energia. Eu podia senti-los pensando, ‘Pô, qual é o seu problema? – entre no jogo.’ Mas eu não sabia o que eu tinha que fazer, ou queria fazer. Mas eu não estava sendo desafiadora, eu só não estava preparada. E eu acho que as pessoas responderam àquilo de forma negativa. Eu era apenas jovem e fui pega de surpresa. Isso deixou as pessoas com tanta raiva. Eles acham que você é uma fraude. ‘Ela só está dizendo que é jovem como desculpa: pegue a manha ou saia do negócio.’ Pessoas me disseram isso. E quanto a, deeeer, eu sou uma atriz e tô cagando e andando para o que você pensa? E aí?”
Ela ri, acende um Parliament Light e respira fundo, parecendo mais composta, contente e menos escondida do que tinha estado toda a tarde. Como ela está se sentindo? “Sou uma mulher de 21 anos tomando uma cerveja com a GQ. Cheguei.”
Fonte: Strictly Robsten Via: Foforks
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