sexta-feira, junho 11

Amanhecer e a lenda do “Libishomem”


Em “A Saga Crepúsculo: Amanhecer,” oficialmente dois filmes, os brasileiros (e aqueles familiarizados com a Língua Portuguesa) levarão um chute ao ouvirem Edward (Robert Pattinson) falar sobre o mito do “Libishomem*.”
Em “Amanhecer” de Stephenie Meyer, enquanto Edward e Bella (Kristen Stewart) estão em sua lua de mel numa ilha do Rio de Janeiro, um casal brasileiro chega para limpar a casa deles. Um dos dois, uma pequena mulher negra chamada Kaure, é parte dos índios Ticuna; Kaure está visivelmente com medo de Edward.
“Eles tem as suas próprias lendas aqui,” Edward explica para Bella. “O Libishomem – um demônio bebedor de sangue que ataca exclusivamente mulheres bonitas.” Edward, com a sua pele pálida e lustrosa e seus olhos cor de mel, aparentemente se aparece com um desses “Libishomem.”
O engraçado, é claro, é que não há tal coisa bebedora de sangue como um “Libishomem” na crença brasileira, e certamente não entre as tribos indígenas. Os indígenas (os relativamente poucos que ainda restam no país) tem os seus próprios mitos e lendas, mas o lobisomem (note a escrita correta) não é uma delas. Essa é uma lenda europeia – uma que não tem nada a ver com vampiros – os portugueses a trouxeram com eles para o Brasil: lobisomem = Português para “werewolf” (lobo,wolf +homem,man). Isso seria o Jacob, não Edward. Eu não consigo descobrir porque a Stephenie simplesmente não usou a palavra em português “vampiro.”)



À parte disso, eu também me perguntei que diabos os índios Ticuna estavam fazendo no Rio de Janeiro. Como eu nunca ouvi sobre esse grupo étnico (e nem nenhum dos meus amigos brasileiros também não), eu fiz uma pesquisa na internet que me levou a uma espécie de aranhas saltitantes. E então eu imaginei porque diabos Meyer iria usar o nome de uma aranha saltitante para a moça que temia o “Libishomem” em “Amanhecer.” (Bem, isso foi porque eu digitei “tacuna” ao invés de “ticuna.”)
Um amigo brasileiro com melhores habilidades para digitar encontrou os Ticunas: existem 40,000 deles, metade deste número na Amazônia Legal. A outra metade é encontrada no Peru e na Colômbia. O tom da língua deles é supostamente não relacionado a nenhuma outra língua existente no mundo. Infelizmente, nenhuma palavra “Libishomem” está em seus contos.
*Nota: Stephenie Meyer usou a palavra “Libishomem” no livro original em Inglês. Na versão em Português a tradutora Ryta Vinagre usou a palavra correta “Lobisomem,” certamente o que Meyer queria dizer.

Tradução: Bianca Chiesa//Portal Twilight

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