sábado, fevereiro 27

Entrevista com Joan Jett

Durante os quatro anos em que elas ficaram juntas, o quinteto de adolescentes que compunhas The Runaways tiveram um período muito difícil com rock, beijos e eventualmente as assustadoras drogas. O longa-metragem The Runaways com a estréia fotográfica e diretora Floria Sigismondi, se baseia na autobiografia e problemas da vocalista Cherie Currie em 1989, Sigismondi nos mostra sobre a relação entre Currie e a co-fundadora, compositora e guitarrista Joan Jett (livro que esta sendo publicado em uma versão atualizada este mês pela editora HarperCollins) Dakota faz a bela Currie, Michael Shannon rouba a cena como o gênio do mal, Kim Fowley e Kristen Stewart como Jett tem toda a atitude como sex appeal e couro preto.

Devido a questões de direitos, The Runaways fala pouco sobre os outros membros da banda como a guitarrista Lita Ford, baixista Jackie Fos e a baterista Sand West. Mas impulsionado por grandes canções, o filme traz os sentimentos e a libertação de adolescentes, da dor e encontrando na música o amor. “Eu procurava matérias –primas”, diz Sigismondi, que já dirigiu vídeos para a bandas como Marilyn Manson, The White Stripes, David Bowie, Bjork, The Cure e Interpol. “Esse período curto ocupou um grande lugar em todas as suas vidas. Foi uma coisa muito delicada, mas não foi sempre sincero. Houve raiva, ressentimento, tristeza. Elas estavam quebrando as regras. Elas estavam correndo riscos, fazendo coisas que as colocavam contra a parede”. Falei recentemente com Jett, criadora de alguns dos maiores hinos de todos os tempo como “Bad Reputation” e “I Love Rock’n Roll” e com o gerente e produtor executivo de The Runaways, Kenny Laguna, sobre como era ver os triunfos e excessos da juventudde (incluindo algumas cenas sensuais com Currie) na tela. “Joan Jett, é apenas uma de sua espécie, e nunca se desviou de seu caminho”, diz Sigismontid. “Ela foi lá e disse:”Esta é quem eu sou”. E ela ainda esta fazendo isso.

Evelyn McDonnell: Como é para você assistir The Runaways?
JOAN JETT: É muito surreal. É difícil julgar. Não é doloroso para mim assistir, então eu acho que é um bom sinal. A única coisa dolorosa é “Oh, cara, eu gostaria de fazer tudo de novo e dessa vez prestar mais atenção”. Eu não estava prestando atenção na época, eu não percebia, as vezes quando estamos nos momentos mais especiais, de repente eles se vão e nem percebemos.

MCDONNEL: Você já queria que a história de The Runaways fosse contada?
JETT: Bem não tanto por mim, mas acho que isso era verdade para as outras meninas. Eu sempre fui muito resistente quanto ao The Runaways se transformar em filme. Acho que eu estava com medo de que a única coisa que poderia acontecer é as coisas darem errada. Talvez foi uma forma de protegê-lo para mim, porque The Runaways foi muito especial e significou muito para mim, além de meninas tocando rock’n roll. Eu acho que representou muito para mim em seguir os sonhos, sobre sua vida não ser ditada. Garotas sempre estão com papéis definidos em suas vidas, mas quando eu era criança meus pais me disseram que eu poderia ser qualquer coisa. Antes de entrar na música, eu queria ser uma arqueólogo, uma astronauta, todo tipo de coisas realmente diversas.

MCDONNELL: Há uma cena no filme em que você está tocando violão, e o professor diz-lhe que as meninas não podem tocar rock n ‘roll’. Isso realmente aconteceu?
JETT: Esta cena do filme é verdade. Eu entrei e disse: “Me ensina a tocar rock’n roll”. O cara tirou partituras e tentou me ensinar “On Top Of Old Smoky”. Essa foi a última lição que eu tive. Sendo dito que as meninas não podiam tocar rock’n roll, quero dizer, mesmo quando era criança, era muito ilógico para mim, as meninas não podiam dominar instrumentos. Eu ia na escola e as meninas apenas tocavam Cello e Violino, Beethoven e Bach. Não podíamos dominar instrumentos. Não era permitido, era uma coisa da sociedade. Não tínhamos permissão para tocar rock’n roll, porque rock’n roll significa que você esta cobrindo “Sticky Fingers”. Rock’n roll significa “Whole Lotta Love”. Você vai ouvir essas canções de novo em álbuns e perceberá que elas tem um som sujo. E este tipo de coisa é muito ameaçadora. Parece que a energia realmente se deslocava para mim. Portanto estávamos um pouco escandalosas, e essa era a parte para agitar as pessoas. Queríamos ter o mesmo acesso ao rádio e revistas como todos os outros.

MCDONNEL: Quando você finalmente se decidiu que este filme seria uma boa situação para falar sobre o passado de novo?
JETT: Eu me senti confiante com o nível de sucesso, Linson foi o produtor do filme. Então eles contrataram Floria para escrever o roteiro e dirigir, então eu sabia que estava em boas mãos.

MCDONNEL: Uma das coisas realmente interessantes sobre o filme é que ele conta muito bem a época de 1970 em Los Anges e o tipo de liberdade e o excesso de hedonismo e o perigo de tudo isso.
JETT: Sim, eu acho que ele faz isso realmente, a música e sua intensidade foi decadente. Foi também muito atraente.

MCDONNEL: Como foi trabalhar com Kristen Stewart, que representa você no filme?
JETT: Bem eu achei Kristen totalmente profissional e simplesmente ótima a ter por perto. Achei que somos realmente e assustadoramente semelhantes principalmente no modo que nos movemos através do espaço. A primeira vez que nos encontramos foi um pouco mais de um anos atrás, véspera de Ano Novo. Nós saímos o dia inteiro, e eu simplesmente disse a ela tudo o que eu pensava sobre o The Runaways, quero dizer o bom, o mau e o feio. Eu disse-lhe tudo e o quanto significou para mim. Então ela saiu e foi fazer New Moon e eu não a vi novamente até cerca de duas semanas antes de começar a filmar The Runaways. Mas ela é muito autêntica. Ela veio até mim para conseguir informações. Então eu lhe dei toda música de The Runaways que eu pude encontrar dei-lhe fitas.,,Quando estávamos juntas, antes de começar as filmagens, ela ficava olhando para mim o tempo todo. Eu não me importava porque eu sabia que ela estava vendo minha postura, minhas manias e tudo o que eu fazia, do jeito que eu seguro as mãos, quase tudo. E ela realmente conseguiu. Quando saímos juntas do set, foi como se eu estivesse vendo minha imagem no espelho. Mesmo sentadas nós fazíamos a mesma coisa ao mesmo tempo. E era grande mas não assustador. Era maravilhosamente especial

MCDONNELL: É verdade que o filme se torna sobre você e Cherie?
JETT: Acho que sim. Acho que inicialmente, foi descaracterizado, porque na primeira vez foi chamado de “biopic”, o que implicava em uma leitura da ação. Mas para mim é mais uma narrativa paralela de The Runaways. É baseado no livro de Cherie, assim a sua perspectiva provavelmente enfoca mais nos duas e Kim.

MCDONNELL: Há uma boa quantidade de sexo neste filme. Você está satisfeita com a forma que é apresentado?
JETT: Sim, eu estou tranquila com isso. Olha, todas as crianças têm esses sentimentos. E assim eu acho que é tipo de ridículo não dar qualquer tipo de atenção a ela.

MCDONNELL: Você está satisfeito se as pessoas dizem: “Ah, ela era lésbica”, ou “Ah, ela é bissexual”. Quando eles vêem o filme, as pessoas provavelmente vão dizer que sim.
JETT: Eu acho que elas sempre dizem essas coisas de qualquer maneira. Quem quiser saber quem eu sou pode apenas ler o que eu escrevo. Eu sempre escrevi sobre quem eu sou. Olha, em The Runaways, eu aprendi com uma idade muito jovem, pois pude ver nos olhos dos escritores quando eles me fazem perguntas sobre a banda e as nossas travessuras nos bastidores, e eu posso ver a maneira que eu respondia s perguntas, e eles estavam sempre escrevendo sobre elas. Foi uma daquelas coisas onde agimos por instinto, onde não precisamos ser ensinadas. Se você quiser ir ver, é isso que eles vão se concentrar. Mas não é isso que eu quero, eu quero que as pessoas se concentrem na musica. E se eles querem saber quem eu sou, eu escrevo sobre isso nas letras, por isso não tenha preguiça de ler as letras e descobrir por si mesma. Eu canto para todos, essa é a linha de fundo.

MCDONNELL: Eu estava esperando que Cherie fosse com você no seu show no Festival de Sundance Blackhearts. Você gostaria que isso acontecesse?
JETT: Ah, sim, com certeza, eu adoraria que isso aconteça. Tivemos Cherie cantando “Cherry Bomb” algumas vezes, apenas por diversão, você sabe. É ótimo estar no palco juntas de novo. Fizemos alguns vocais como referência para Dakota e Kristen antes de começarem a gravar, Cherie e eu não tínhamos estado em nenhum estúdio por um longo tempo (risos). Juro por Deus nós não tínhamos nenhum ensaio, nós rolávamos na pista, nós fizemos a história, cantávamos qualquer canção, fazíamos exatamente como The Runaways, assim como fizemos na semana passada. Era um daqueles momentos em que você vive.

MCDONNEL: Bem como você disse antes, você apenas deseja fazer isso de novo. Isso poderia acontecer?
JETT: Não, você não pode voltar atrás.

MCDONNELL: E sobre a sua própria música?
JETT: Estamos fazendo um hits maior. Eu acho que é um CD agora, ou não, um arquivo (Risos). (Jett’s Labe. Blackheart Records, esta lançando um álbum duplo, uma maior coleção este mês). Eu adicionei várias músicas de The Runaways, porque considero que algumas das minhas melhores musicas estão lá, então estou ansiosa para isso.

MCDONNELL: Tem uma parte no filme que você diz que se não estivesse fazendo isso, você estaria na cadeia ou morta. Você acha que é verdade, Ou você se tornaria um arqueólogo ou uma astronauta?
JETT: Bem depois que The Runaways quebrou, se eu não tivesse vivido o período de luto, então sim, eu talvez me tornaria um arqueólogo ou outra coisa. Eu gosto de pensar que eu teria tomado outra direção. Mas fiquei muito arrasada quando The Runaways acabou.

MCDONNELL: Bem, uma das coisas que o filme transmite sobre você é que você é realmente a mulher que mais trabalhava no rock ‘n’ roll. Você só tem esse compromisso com ela.
JETT: Bem, sim! Isso não é besteira. Eu dizia isso muito em The Runaways, eu dizia que eu tive o grande sucesso. É real, eu realmente gosto disso. Esta além de apenas musica. Eu tocava ao vivo com essa conexão com a platéia, olhava nos olhos das pessoas e as via sorrir, e que talvez elas se lembrassem pelo resto de suas vidas, aquele momento tinha um pouco comigo, como eu poderia lembrar de um momento que eu tive, David Johansen roubou uma garrafa de cerveja fora do palco, quando eu tinha 14 anos.

Traduzido por: Fabiane // Portal Twilight

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