sábado, setembro 18

A História Por Trás De The Runaways

Então, The Runaways? Não, não o livro em quadrinhos criado por Brian K. Vaughan e Adrian Alphona, para o qual o gênio nerd Joss Whedon escreveu uma história.
Certo, é aquela coisa das modelos desfilando durante os shows de moda ao estilo de Sex and the City, então. Não, não é isso também, bobinhos.
Nós estamos falando sobre The Runaways que foi dirigido pela diretora de video-clips Floria Sigismondi, e estrelado por Kristen Stewart e Dakota Fanning – uma biografia da primeira banda só de garotas dos anos 70 que abalou o mundo.
“Eu acho que todo mundo tem uma parte mínima de si mesmos que deseja cantar e estar em um palco,” diz Fanning, cuja carreira se completou com ela interpretando a infame rockeira Cherie Currie – basicamente uma Lindsay Lohan musical da época.
“Eu definitivamente tinha isso. Eu acho que fazer esse filme e cantar Cherry Bomb, e fazer as cenas de performance é o mais próximo que vou chegar desses sonhos.”
A fundadora de The Runaways (a banda), Joan Jett, interpretada pela ‘mordedora de lábio’ de Twilight, Stewart, é tudo para uma biografia que transformou sua vida no ramo da música em uma fatia do ramo dos filmes.
“Trabalhar com os atores foi ótimo,” ela disse. “Eles eram brilhantes. O processo todo foi brutal, mas em geral, trabalhar com os atores foi ótimo.”
Brutal? Mesmo? Vamos descobrir como…


“Eu não conhecia The Runaways quando li o script,” revelou Dakota Fanning. “E eu não sabia quem era Cherie Currie e qual era sua história. Eu acho que muitas pessoas obviamente conhecem Joan Jett, mas elas não conhecem Cherie.”
Sua colega de elenco Kristen Stewart admitiu o mesmo, infelizmente. Então para aqueles que nasceram depois dos anos 70, uma pequena lição de história.
Não para ser muito redutivista, mas o rock dos anos 70 pertencia aos garotos. A fase da sova meio que hardcore, dramática e exploradora dos palcos que foi popularizada por Led Zeppelin, Pink Floyd, Black Sabbath e David Bowie era mundo dos homens.
Então, em 1975, tudo isso mudou. A garota de 15 anos nascida na Pensilvania, Joan Jett, chegou em Los Angeles com sua família, conheceu sua ídolo da música Suzi Quatro e decidiu formar uma banda com a bateirista Sandy West.
“Eu pedi uma guitarra de Natal aos meus pais quando eu tinha 13 anos,” Jett se lembra. “Eu queria fazer aquele barulho que eu ouvia no rádio, de músicas como ‘Bang a Gong‘ do T-Rex, ou ‘All Right New’, do Free, então eu tinha que ter uma guitarra.”
Ao lado de Micki Steele, Jackie Fox, Lita Ford e a vocalista novata Cherie Currie – e em parte graças a um empurrão inicial do produtor musical e empresário delas, Kim Fowley – elas se tornaram The Runaways.
O cartão de visitas dela? Letras diretamente sexuais, muito estilo, e melodias do tipo dançantes que grudam na mente como goma de mascar embaixo da mesa de jantar.
Mas é claro que a história do rock nunca correu tranquila (isso é o que faz dela tão incrível), e problemas logo estavam rompendo a banda. Problemas que vieram em sua maioria na forma da granada loira estrangeira, Cherie Currie, cuja ingenuidade e uso de drogas estariam causando um rasgo no tecido da banda.
“Não era bonito,” Currie se lembra. “Não era muito… Lita foi a única que me confrontou fisicamente e eu simplesmente não era uma lutadora. Sério, eu não era. E esse último dia na banda, quando ela chutou a porta do meu camarim, me matou de susto.”
“Mas foi o abuso emocional que tomou conta de Kim. Você sabe, nós tínhamos acabado de perder comunicação umas com as outras, E quando vocês são um monte de garotas, e quando são crianças, vocês estão simplesmente crescendo para o corpo de adulto. Há todas essas inseguranças.
“Você não pode esperar nada diferente. E você é jogada na estrada sem supervisão – nenhuma, por mezes. Eu fico impressionada que tenhamos ficado juntas por tanto tempo.”
Ainda que elas fossem literalmente um trem de sucessos fugitivo pelos oceanos, tudo acabou. Como mostrado no filme de Sigismondi, muita culpa foi atribuida a Currie – nada pouco, por um photoshoot picante para o qual ela ingenuamente posou, e que iniciou o rasgo.
“Para ser honesta, eu fui muito protetora de The Runaways,” Currie diz agora. “Eu declinei a capa da Rollin Stone Magazine duas semanas antes de eu deixar a banda porque eu implorei à eles chorando, ‘Por favor, não me coloquem na capa dessa revista. Isso será o fim da minha banda.’”
“Eu estava recebendo muita publicidade sendo a mulher de frente da banda. Não era algo que eu quisesse, e então Kim [empresário] me ligou e disse, ‘Você tem uma sessão de fotos hoje,’ e então ele me assegurou que todas as outras garotas também tinham sessões fotográficas.
“Isso aconteceu antes. Mas eu não tinha idéia que eu era a única. Se eu soubesse disso, a sessão nunca teria acontecido.”
Depois da separação da banda, Joan Jett continuou para formar a banda de ainda mais sucesso, Joan Jett and The Blackhearts, enquanto Currie tinha uma limitação como artista solo antes de se aposentar da música para sempre. Ela agora usa uma motosserra para criar esculturas de madeira…
Quando os produtores de Clube da Luta, John e Art Linson, junto com o produtor de Brokeback Mountain, Bill Pihlad consideraram criar a biografia de Runaways há alguns anos, eles imediatamente foram para a biografia de Cherie Currie, Neon Angel: A Memoir of a Runaway.
Era texto duro, revelador, que mostrava tudo da história tumultuosa de ascenção de Currie, incluindo a história de uma família massivamente disfuncional, seu próprio abuso sexual e dependencia subsequente de drogas e álcool.
Enquanto os produtores vendiam a idéia do filme, sem muito além de uma adaptação em script para atrair talento, apareceu a diretora de video clipes Floria Sigismondi.
Uma fotógrada de moda que virou produtora de vídeos musicais, Sigismonde criou vídeos para Marilyn Manson, David Bowie, Björk, The Cure, Christina Aguilera e Sigur Rós. Agora tinha sido oferecida a ela uma parte em um filme – e uma chance de fazer seu primeiro roteiro.
De acordo com Sigismondi, os produtores sentiram a necessidade de uma diretora mulher para o projeto. “Os produtores realmente acharam que isso era importante,” ela disse, “e eu acharia isso também. Porque, você sabe, toda essa coisa foi tão sexualizada – as garotas eram sexualizadas, e meio que vendidas por Kim, de alguma forma.”
“E não estou dizendo que isso tenha sido feito errado, mas que talvez que o requinte seria diferente. Talvez um diretor homem não tivesse começado o filme com a cena da Cherie ficando menstruada!”
Quando ela começou a trabalhar no roteiro, Sigismondi conduziu entrevistas com os membros da banda e as pessoas que eram próximas à elas. Ao invés de fazer uma adaptação completa do livro de Currie, ela escolheu usá-lo como uma moldura, deixando alguns dos elementos sombrios para a interpretação do público.
“Para pegar as vozes delas, eu fiz muitas pesquisas históricas,” diz a diretora. “Então eu desenhei isso do meu próprio passado e pensei como eu teria me sentido em uma situação semelhante.”
Para seu trabalho, Sigismondi sentiu que o sucesso de The Runaways era mais fenomenal e inspirador considerando a desigualdade contra elas – não só porque eram garotas, mas por causa do submundo puído, cheio de drogas que o mundo do rock conheceu por tanto tempo.
Eu acho que as conquistas vieram através da dor,” ela fiz. “Cherie é triunfante porque ela fez uma escolha. E Joan também, porque ela fez outra escolha.”
“Mas para mim, as duas são heroínas, porque as duas estão seguindo seu coração. Mas em tudo isso, foi difícil chegar a aquela posição. Não importaram só as subidas, tudo importou, incluindo as quedas.”
Agora ela precisa de um par de atrizes para ocupar aqueles sapatos brilhantes dos anos 70.
Para a sorte de Sigismondi e seus produtores, uma jovem veio à audição por eles – e pregou o papel de Joan Jett.
Uma garota inteligente e considerada, ela tinha um filme para sair no dia seguinte chamado Twilight. Aparentemente era alguma coisa de vampiros. Mas não importava, eles tinham a sua protagonista. E então os Twi-hards apareceram.
Sigismondi tinha alguma pista de que Stewart viraria uma sensação da noite para o dia? “Nós contratamos Kristen antes de Twilight sair, então, não, absolutamente não,” ela ri. “Twilight saiu um dia depois que a contratamos. Era como um novo mundo, obviamente. Era somente uma nova equação.”
O que a diretora viu na sua protagonista? “Eu vi ela em Into the Wild, e pelo pouco tempo que ela esteve na tela, ela era muito cativante,” revela Sigismondi.
“Seus olhos, você sabe, disseram muito. Quando eu penso em adolescentes, elas não se sentam alí realmente e expressam seus sentimentos e falam. Está tudo no rosto. Eu queria muito alguém que emocionasse visualmente, sem falar muito e ela era desse tipo.”
Joan Jett, a verdadeira, se lembra de se encontrar com Kristen pela primeira vez durante a véspera de Ano Novo algumas semanas antes das filmagens começarem.
“Ela veio ver um show e eu meio que derramei em cima dela toda a história de The Runaways durante horas, e perguntei se ela ia cortar o cabelo,” disse Joan.
“Ela disse sim, e eu tive muita fé que ela poderia conseguir isso, porque ela parecia muito dedicada, genuína e autêntica. Nós tínhamos algumas semanas antes das filmagens começarem, para passarmos um tempo juntas, e ela me estudou.”
Não só Jett deu à Stewart sua aprovação, mas ela também estaria na discagem rápida da jovem atriz, para o caso de ela precisar de alguma ajuda nas filmagens.
Sigismondi é grata por Jett ser tão aberta, até indo para o set para passar um tempo com os atores.
“Isso era valioso para Kristen,” ela diz. “Eu acho que fez ela se sentir bem porque deu à ela um nível de conforto, que se ela se desviasse demais alguém diria algo, ou que ela mesma dissesse. Elas tinham um relacionamento próximo. Elas começaram a construir uma boa amizade.”
Kristen, que aterrisou no papel, apesar de ter competido com Rachel Evan Wood, considerou um papel uma ‘grande responsabilidade.’
“Eu li um script e fiquei muito encantada que eles queriam que eu fosse parte disso,” ela diz. “Eu conheci Joan Jett depois de conseguir o papel, e foi assustador, porque meio que parecia que esse encontro seria daqueles que me mantêm dentro, ou me tiram.”
“Meu cabelo ainda era comprido. Eu estava quase para fazer New Moon. Eu meio que achava que ela ia olhar para mim e falar, ‘O que te faz pensar…?’”
Ela percebeu o traço rebelde na sua personagem? “Eu não acho que tenha muita coisa para eu me rebelar contra,” diz a atriz. “Ninguém está me dizendo para ser de uma certa forma, então eu não tenho que me rebelar proativamente. Eu acho que eu tenho pensamentos rebeldes. Garotas deveriam ser de uma certa forma. Isso me incomoda.”
Certo, e quanto à Cherie?
Para uma Dakota Fanning, que na época tinha 15 anos, o papel de de Cherie Currie veio com um sopro mágico do destino.
“Eu vim da escola um dia e minha mãe disse, ‘Tem um script que você precisa ler’. Ela nunca quer me dizer [sobre o que são] porque ela não quer influenciar minha opinião.”
“Mas eu tinha uma tatuagem temporária de uma cereja que eu tinha colocado naquele dia, eu estava entediada. E era um cereja, então ela ficou tipo, ‘Oh, mas a personagem na verdade tem uma tatuagem como essa no filme.’ E Então foi uma pequena coisa que era pra acontecer.”
Sigismondi, enquanto isso, estava animada com a possibilidade de contratar a jovem atriz em um papel completamente diferente de tudo o que ela já fez.
“Dakota, ela meio que veio à essa idade bem no momento em que começamos a contratar o elenco,” diz a diretora. “Quando eu estava escrevendo, eu não tinha pensado nela.”
“E quando ela ficou interessada, eu fiquei muito animada pelo fato de que todo mundo está crescendo com ela e que você não saberia o que pensar se uma garota de 15 anos fizesse o que ela fez, eu acho, espero.”
Certamente não houveram oposições da verdadeira Cherie, que diz que Fanning é a sua ‘atriz favorita de todos os tempos.’
“Ela pegou o papel e,” diz a ex-rockeira. “Ela é simplesmente um prodígio. Ela veio à minha casa. Nós cantamos as linhas de trás pra fente para pegar as inflexões na minha voz.
“Eu estava no estúdio com ela, sentada na cabine vocal quando ela fez seus vocais e, quando ela estava filmando, ela dizia constantemente, ‘Era desse jeito? Eles tinham isso ou aquilo?’ Ela é brilhante. Ela é mais brilhante do que você pode pensar e ainda mais.”
Cheire ainda treinou Dakota, ela mesma, no famoso movimento do microfone com o qual ela levantou multidões durante as performances de ‘Cherry Bomb’. “Ela me ensinou para que eu pudesse fazer,” Dakota ri. “É, ela me ensinou como fazer aquilo.
“Aquilo foi doido!” Stewart diz. “Eu nunca tinha visto isso antes. Eu sempre fui muito nostálgica pelos anos 70, mesmo que eu obviamente não vivi neles, mas há ótimas histórias e eu gosto da música, e essas coisas.”
Para o empresário motivado pelo dinheiro da banda, Sigismonde chamou o ator Michael Shannon.
Indicado para um Oscar por seu papel em Revolutionary Road, Shannon apareceu em tudo desde World Trade Centre e The Woodsman, até Bad Boys II.
Ainda que estivesse preocupado que sua agenda cheia o impedisse de aceitar o appel, um clip que apareceu no The Tomorrow Show, dos anos 70 foi tudo o que precisou para o ator ter certeza de que aconteceria.
“Ele sai nas telas, ele com aquele terno laranja, seu cabelo todo para trás e usando maquiagem, unhas polidas,” ele se lembra. “Ele era uma das pessoas mais fascinantes que eu já tinha visto, e você não conseguia tirar os olhos dele.”
Então como foi se cercar de tantas jovens estrelas? “Kristen estava constantemente com Joan,” diz Shannon, “tentando aprender o máximo que ela podia e absorver o máximo que ela podia dela. Dakota estava sempre praticando seus movimentos e entrando na mente de Cherie. Não era uma coisa muito do estilo social.”
E o que ele achou de seu diálogo expletivo-criativo? “Era muito incrível pra car****,” ele ri. “Desculpe. Isso foi vulgar – Quero dizer, eu os perguntei se podíamos limpar isso um pouco. Mas eles disseram, ‘Bem, não é assim que acontece.’”
Para o restante da banda, Scout Taylor-Compton, fez o teste primeiro para o papel de Snady West ( depois de perder a chance de interpretar Jett), e então para o papel de Robin, mas eventualmente acabou no papel de Lita Ford.
Mesmo tendo pouco interesse no filme, a verdadeira Lita compartilhou de um encontro emocional com Scout, e eventualmente deu à ela sua benção.
Enquanto isso, Alia Shawkat, novata de Whip It, de Drew Barrymore, aterrisou no papel da baixista imaginárioa Robon (uma resposta para a ameaça de processo da verdadeira baixista Jackie Fox). Stella Maeve pegou o papel de Sandy West, e Riley Kwought assinou para interpretar Marie Currie, irmã gêmea de Cherie.
“Eu dei CDs às garotas para que elas pudessem ouvir à música que estava tocando na época,” revelou Sigismondi, à respeito de como ela preparou seu elenco para seus papéis icônicos.
“Eu também tinha uma sala onde, do chão ao teto, eu coloquei imagens das coisas que estavam ‘acontecendo’ porque elas não viveram aquela época e agora, você sabe, nós estamos um pouco cansadas, nós vimos tudo. Eu meio que tentei levar essas garotas ao lugar onde isso não estava acontecendo, essa foi a prioridade.”
Não apenas isso, mas ela colocou as garotas em aulas de instrumentos que elas tocariam. Kristen já sabia tocar sua guitarra, mas precisava de um pouco de ‘polimento.’
Dakota até tocou com uma banda de verdade, para que “ela soubesse como era se sentir competindo com baterias, grandes amplificadores e música muito alta.”
“Nós as colocamos juntas com o restante das garotas e por duas semanas, elas praticaram como uma banda, então eu acho que ficaram conectadas,” diz Sigismondi. “E nós gravamos elas ao vivo, nós gravamos elas para o filme.”
“Então elas também tiveram essa experiência nos estúdios, cantando de novo e de novo até que tivessem tudo certo. Eu acho que quando chegamos ao set, elas realmente conheciam esse lado da coisa, que seria um novo lado para elas.
No total, Fanning, Stewart, Taylor-Compton, Maeve e Shawkat passaram um mês inteiro ensaiando e gravando as músicas de Runaways, antes de gravarem um milímetro sequer do filme.
Fanning admitiu que foi uma experiência tensa, pegar o microfone pela primeira vez. “Eu estava definitivamente muito nervosa, mas eu não acho que de teria sido aceitável de qualquer outra forma.” ela diz.
“Eu pensei que a única forma era regravar as músicas se eu conseguisse, se eu tivesse voz para isso. Eu fiquei muito animada em poder fazer isso, mas muito nervosa ao mesmo tempo. Eu meio que fui simplesmente jogada em um estúdio, e era isso.”
“Foi exaustivo,” adiciona Stewart, “especialmente com a guitarra, mas foi divertido. Quero dizer, tem uma quantia legal de sequencias onde você pode ver as performances delas, mas não tem uma abundancia disso, e elas são todas meio que vagas.
As garotas não precisavam se preocupar, entretanto. Falando com o The New York Times, a própria Joan Jett revelou que quando ela ouviu a fita de Stewart cantando uma de suas músicas, ela se convenceu que aquela era uma gravação prórpia dela. Falando de elogios.
Então qual era a música favorita de Sigismondi de The Runaways? Cherry Bomb, é claro.
“Eu adoro a insanidade de escrever aquela música,” diz a diretora. “O que, em 15 minutos enquanto ela esperava do lado de fora do trailer? Há algo tão pessoal, ou não, porque ela não conseguia nem dizer a letra. É uma mistura doida quando coloca as duas juntas.”
“Essa garota que eles arrancam para fora do clube, e que vão escrever uma música sobre ela, mas que na verdade não tem nada sobre ela, e então ela se torna a música. Ela se torna uma ‘cherry bomb’ no final do filme, então há algo que diz tudo, nessa música, para mim.”
Pelos EUA, The Runaways chegou ao Sundance Film Festival em Janeiro. Apropriadamente, Joan Jett tocou ao vivo em Park City, na tarde anterior à noite de premiere.
Jett está feliz com o produto final, vendo isso como um filme sobre ‘seguir os seus sonhos.’
“Esse bom e velho clichê de seguir seus sonhos, porque eu realmente acho que as pessoas derrubam os sonhos das outras pessoas constantemente,” ela diz. “Eu vejo isso muito com escritores, quando falo com eles sobre isso.”
“Para mim, eu só acho que é muito importante seguir seus sonhos. E se por alguma razão a vida te levar para um caminho diferente, então pelo menos você tentou.”
Agora que Kristen é uma amiga firma de Jett, ela sente que a cantora está feliz com a forma que ela viveu sua vida? “Ela está incrivelmente orgulhosa por tudo o que ela é,” diz a atriz. “Eu nunca vi ninguém entrar em uma sala tão inocentemente confiante.”
“Ela não percebe que outras pessoas podem não ser assim, e que isso é diferente – não é como super compensação. Não é como se ela estivesse tentando ser de uma certa forma, ela simplesmente é.”
Cherie Currie, entretanto, é outra caldeira de peixe. Enquanto ela elogia o trabalho de Fanning e Stewart no filme, ela expressou insatisfação com a forma que Sigismondi brincou com a precisão histórica.
“Floria Sigismondi, esse foi seu primeiro script, o qual me repreendeu,” a artista de motosserras diz, “porque eu pensei, ‘Ok, porque eu não podia ter uma participação escrevendo ele?’”
“Eu não conseguia entender como alguém que não estava lá, poderia sequer tocar o que foi aquilo, ou entender os momentos essenciais de The Runaways. Mas ela é uma diretora muito artística, então é tudo sobre o visual e o impacto que ela, que não viveu aquilo, sentiu que seria importante.”
Ainda assim, fazem 31 anos desde que The Runaways se desintegrou, e todos os envolvidos naqueles tempos arriscados seguiram em frente (em alguns casos literalmente – Sandy West infelizmente morreu em 2006). Há um final feliz na história da vida real de Jett e Currie?
“Eu sempre fui aos seus shows e a apoiei,” diz Currie. “Há treze anos quando Joan e seu agente Kenny Laguna chamaram à mim, Lita e Sandy para processar a Polygram and Mercury e à Kim Fowley pelos nossos direitos autorais que nós nunca vimos, foi quando voltamos a nos falar.”
“Mas não foi até o filme recomeçar que nós refizemos a nossa amizade. O que Joan escreveu no livro foi surpreendente. Eu achei que ela me queria fora de The Runaways. Trinta e cinco anos depois, eu descubro que esse não foi o caso. Joan e eu conversamos o tempo todo e é ótimo tê-la na minha vida novamente.”



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