quinta-feira, março 29

Entrevista De Kristen Stewart Para A Empire Magazine

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Tradução: prih, Clara Alves e Belle
Branca de Neve e o Caçador está levando a princesa do conto de fadas de volta às suas raízes obscuras – com um orçamento de O Senhor dos Anéis.
Ah, Branca de Neve.
Como um conto infantil encantador. Lembram da adorável parte quando o Caçador adulto não consegue matar Branca de Neve, porque ele está apaixonado por ela, muito embora ela tenha sete anos e isso seja nojento? Ou a sequência pouco alegre em que a Rainha animadamente devora o que ela pensar ser o fígado e os pulmões da criança? Ou quando a garota invade o esconderijo de bebidas dos anões? Ou quando o príncipe insiste que a pré-adolescente case-se com ele porque ele é apaixonado pelo corpo sem vida dela? Ou o empolgante clímax em que a Rainha dança em seus sapatos em brasa e morre? Não são histórias infantis adoráveis?
Quando foi revelado na Comic-Con em 2011, pouco antes de começar a filmar, Branca de Neve e o Caçador foi descrito pela maioria das reportagens como uma revisão do conto de fadas, trocando os tradicionais acontecimentos fofos por algo mais violento. Mas recordando o conto dos irmãos Grimm Schneewittchen Und Die Sieben Zwerge, de onde vem todos os detalhes e está saturado de sangue, ódio e francamente uma adoração pré-adolescente bastante questionável. De qualquer modo, Branca de Neve e o Caçador é o mais próximo do tom Grimm que ninguém jamais chegou perto antes. Você não pode ser fiel a Branca de Neve sem um pouco de tortura.
“Eu acho que nós estamos fazendo um relato clássico disso”, disse Kristen Stewart, que interpreta Branca de Neve. Embora, falando para a Empire no set da Pinewood Studios, ela não parecesse exatamente como a versão clássica da personagem. Seu longo e escuro cabelo é puxado para trás em um rabo de cavalo funcional e ela está vestida em calças encardidas, camisa e uma jaqueta longa que parece como se tivesse saído através de uma máquina de depósito de óleo.
“Eu não acho que eu tradicionalmente sabia algo sobre Branca de Neve que não fosse a versão da Disney, e isso é realmente muito diferente da história original, que é muito mais [sinistra e sangrenta]. Há mudanças reais óbvias para nossa história, mas em termos do que ela é, que é muito inocente, eu acho que nós estamos realmente em sintonia com a personagem original”.
O roteiro de Evan Daughterty para Branca de Neve e o Caçador foi um dos mais populares em Hollywood em 2010, aparecendo na Black List, uma relação anual dos melhores roteiros que entrarão em produção. Depois de Alice no País das Maravilhas de Tim Burton ter tomado um rumo diferente em um clássico conto infantil com uma bilheteria bilionária, ele também passou a se encaixar como um molde de subgênero atrativo: clássicos infantis que, você sabe, não são para crianças. Ele foi tão desejado que foi vendido por 3 milhões de dólares, uma quantidade enorme para um roteiro.
A história de Daughterty começou muito como a versão dos irmãos Grimm é, com uma Rainha Má que é consumida por sua própria beleza e quando seu espelho, algo muito parecido com o raro espelho de Tyran Banks em America’s Next Top Model, diz a ela que sua beleza foi ultrapassada, ordena a morte de sua enteada Branca de Neve. Sua eterna beleza é a característica que a define e deve ser mantida a todo custo.
Em seguida ele se desvia um pouco do texto original. O Caçador mandado para matar Branca de Neve poupa sua vida, mas torna-se algo como um mentor e treina a garota, que é considerada por um bando de anões (nesta versão são oito, ao invés dos tradicionais sete) para ser a única pessoa que pode libertar o mundo deles do reinado da Rainha venenosa. Há uma luta que se segue para recuperar o trono sem nenhuma cantoria típica dos anões.
Este roteiro foi parar, surpreendentemente, no colo de um diretor que precisamente não lança seu nome em créditos de filmes.
No set, Ruper Sanders, é tão suave quanto possível, um jovem, mas que aparenta 40, se mantém calmo no meio de uma floresta falsa que apesar de estar coberta de “neve” (de grau extra-fino, segundo as caixas), é sufocante. Anões de tamanhos variados estão por todos os lados, (embora atores de grande estatura como Ian McShane, Ray Winstone e Nick Frost, interpretem os papéis, todos tem dublês menores para tomadas longas – incluindo um, surpreendente, com uma barba que emana uma inconfundível voz de mulher) as espadas estão sendo movidas para absolutamente nada e a Rainha Má, Charlize Theron, está preocupada em apunhalar Chris Hemsworth acidentalmente no rosto (“Eu gosto de você, então eu não quero fazer isso”). Entre tudo isso, está Sanders de pé, um homem dirigindo uma carga de $200 milhões e de quem se ouviu falar muito pouco sobre, fora deste set.
Como um diretor com apenas anúncios  relacionados a seu nome assegura um filme de modo que nove estúdios disputaram para fazer isso? “Eu realmente não sei, ele ganhou asas”, disse Sanders, libertando-se de um punhado de anões. “Eu me encontrei com Joe Roth, o produtor, e disse a ele o quanto eu amava o conto original e maduro, e como eu pensava que seria algo grandioso, e eu deixei que conhecesse e ele me quis para fazer isso”. Sanders tem trabalhado em comerciais e curta-metragens por cerca de 12 anos, começando em um anúncio da Tag Heur com o diretor de American History X, Tony Kaye, e ele tentou lançar seu filme de estreia por anos (a maioria de seus trabalhos estão relacionados no rupertsanders.com).
“Cheguei perto de um monte de filmes grandes, que têm sido feitos desde então, mas não encontrei o ajuste certo até agora. Eu apenas vi algo nisto que poderia ser maravilhoso. Tem temas atemporais como perda, poder, morte e destino”. Ele ganratiu que a maioria do elenco e da equipe da Universal se reuniu para um curta de teste, exibido na Comic-Con, para mostrar como o filme pareceria. “Foi muito impressionante, a maneira como eu vi”, disse Stewart. “Você poderia ver o que o filme seria de imediado”.
Embora o roteiro de Daughterty fosse bem quisto, Sanders fez grandes mudanças desde que chegou a bordo. Hossein Amini, escritor de Drive, foi contratado para reformular, com um aguçado Sanders empurrando-o para um público mais velho. “Eu acho que o tom de Evan foi talvez voltado para o público mais jovem, e o que eu fiz foi recuperar do conto dos Grimm e comecei a tocar com temas de moral e medo da moralidade… Esses temas são poderosos. Cada país no mundo tem sua própria versão da Branca de Neve”.
Com o tom de amadurecimento veio uma escala ainda maior. A produção teve que assumir enormes partes do estúdio Pinewood com sets imensos, com um castelo em tamanho completo, em que cavalos se lançaram contra ele por várias semanas (continua com um aroma inebriante).
Na Comic-Con os produtores citaram O Senhor dos Anéis como inspiração. Para um diretor de primeira viagem, Sanders está construindo seus obstáculos cada vez mais alto. “Mas embora este seja meu primeiro filme, não sou novo dirigindo”, ele insistiu. “Os diretores comerciais têm uma má reputação e eu acho que existem algumas escolas diferentes. Eu sempre estive interessado no roteiro e na história. É muito difícil contar uma história em um minuto, e embora haja uma estrutura diferente para contar uma história em duas horas, é a mesma gramática. Joe saiu para me ver trabalhando em um comercial para a DirecTV onde nós reconstruímos parte da batalha de Iwo Jima, e ele viu que eu poderia ser o capitão do navio”.
“Ele é um cara impressionante”, disse Charlize Theron sobre seu diretor. “Ele era muito, muito aberto para ver uma imbecil como eu entrar e fazer algumas coisas de risco. Um monte de diretores novatos, especialmente em um filme deste tamanho, estaria assustado. Se você está no mundo indie, em seguida é mais fácil estar no controle, mas fazendo um filme deste tamanho para a Universal e estar ok comigo chegando e dizendo, ‘Eu estarei fazendo uma referência a Jack Nicholson em O Iluminado’, ou, ‘Eu acho que ela é o assassino em série em Seven’? Isso toma alguma paciência”.
Sanders pode ser o capitão do navio, mas o que têm atraído mais atenção é sua protagonista. Apenas deixando uma das maiores franquias da história, Kristen Stewart tem feito fortunas. Por um lado, Crepúsculo tem dado a força dos números na bilheteria e isto significa que ela pode escolher qualquer projeto que queira – apenas o nome dela basta para que ela comece a filmar [qualquer filme]. Por outro lado, a base de seus fãs a conhecem por uma “protagonista romântica” e também outro grupo igualmente a conhece como “a garota de Crepúsculo, a qual odeio”. Seu passo seguinte era provar que pode construir um filme que não tem uma audiência hiperventilando.
“Minha primeira reação foi, ‘De jeito nenhum. Eu não estou fazendo filmes de franquias”, Stewart disse, tossindo através de um vento frio. “Eu estou acostumada a fazer filmes de menor escala. Crepúsuclo foi minha primeira experiência fora dessa escala, e eu nunca esperei que fosse tão grande. Mas é estranho o que fala pra você… Certamente não foi assim (usa uma voz cheia de popa), ‘O que isto vai fazer para a minha carreira?’. O filme é sobre problemas de identidade e sair e enfrentar as coisas. Sou muito impulsiva e isso [o projeto] simplesmente me pegou”.
O castigo de Stewart aparece na forma nada desagradável de Charlize Theron, como a Rainha Má cuja beleza é seu poder e que vai literalmente sugar a atração de qualquer pessoa que não seja grotesco. “Ela não é só a ‘Rainha Má,’ ela tem um nome: Ravenna”, diz Theron, zombadamente arrogante. “Na verdade, eu acho que ela ter um nome é importante. Eu não tenho interesse em simplesmente interpretar ‘pessoas más’. Eu estou meio que intrigada pela razão de as pessoas fazerem as besteiras que fazem”.
Um dia que a Empire está no set, Theron está dando um discurso que parece deixar claro os motivos de Ravenna, perversamente exaltando a sorte daqueles que morrem jovens, que eles jamais conhecerão a miséria e a perda de ver a sua beleza e vitalidade indo embora. “Ha. Aquele discurso que você viu foi literalmente a única vez que foi referido”, Theron ri quando nós conversamos mais tarde. “Na história original esse é basicamente o tema, sobre ela sendo tão obcecada em vão pela sua beleza e envelhecimento”.
Mas enquanto mantemos algo disso, nossa versão é sobre uma mulher cuja mãe instila nela o sentimento de que se ela não permanecer jovem e bonita, então ela não será poderosa. Não é apenas sobre ela querer ser bonita para se sentir bem ao olhar no espelho; é sobre a crença de que para ser a melhor líder que pode ser e para manter o seu poder, ela tem que permanecer bela. Como é viver uma vida assim? Ela precisa de combustível. Theron faz uma pausa, “Então, pessoas têm que morrer.”
Enquanto isso, o protagonista de Sanders é um personagem que pouco aparece na estória original. Se pedirem para enumerar todos os personagens de Branca de Neve, apenas os mais estudiosos ou os que mais colam, irão se lembrar do Caçador. Ele é um papel pequeno, um papel que mal usa qualquer tinta na versão animada da Disney. Nesta versão, ele é uma peça chave. Então Sanders explica a presença constante do Caçador:
“Uma das grandes coisas sobre o script de Evan era a criação do personagem masculino. Como eu vejo, a rainha é a morte e a Branca de Neve é a vida. O Caçador é o meio-termo entre as duas. Ele sofreu uma grande perda e junta a morte e a vida para encontrar o seu equilíbrio, assim o mundo pode girar novamente. A rainha parou a morte. Entretanto a natureza se revoltou. As florestas se enegreceram, as coisas que não deveriam comer umas às outras o estão fazendo. Ele é uma parte muito importante do filme.”
Interpretando o Caçador está Chris Hemsworth, apontado como um astro depois do sucesso de Thor. “Eu honestamente não posso dizer que fiz muita pesquisa sobre o personagem”, ele ri. “Quero dizer, como eu poderia? Eu simplesmente li o script e gostei do que estava lá. Ele é um mercenário bêbado, meio que uma alma perdida, e praticamente não sabe no que está se metendo. Então, ao longo do filme ele se acaba por encontrar essa luz naquele mundo de trevas, e ele fica mais sóbrio também, o que é bom.”
Você provavelmente já sabe que A Branca de Neve e o Caçador não é o único filme da Branca de Neve que vai sair esse ano. Em 2011, houve alguma conversa terrivelmente inadequada na qual a Universal e a Relativity Media batalharam para soltar os seus filmes da Branca de Neve um antes do outro. O da Relativity eventualmente venceu a guerra, conseguindo a data de 6 de Abril para Mirror Mirror, o qual é dirigido por Tarsem Singh, e tem Julia Roberts como a Rainha e a pequena conhecida Lily Collins como a Branca de Neve. É provavelmente justo dizer que o trailer de Mirror Mirror com esses números musicais e um tom divertido, beirando o ‘desequilíbrio’, ganhou menos atenção do que o sombriamente épico teaser de Branca de Neve e o Caçador.
“Eu acho que está muito óbvio que os dois filmes são muito diferentes”, diz Sanders, mesmo que as duas posicionem a Branca de Neve como uma líder de um bando de rebeldes. “Eu sempre soube que eles seriam diferentes e eu estou contente que eles são tão diferentes como são. Ninguém quer se envolver em um filme competitivo. Você quer ser original… Eles claramente não tem nada a ver. Eu imagino que no geral, isso nos ajudou. As pessoas já ficaram discutindo o filme.”
Branca de Neve e o Caçador sai no meio de um verão muito cheio, em um sanduiche entre The Avengers e Prometheus de Ridley Scott (também estrelando Theron), e Homem Aranha e Batman. Se destacar nesse grupo vai render algo muito especial. E nenhum estúdio está investindo umas duas centenas de milhões de dólares em um filme que se espera ser algo sem importância… Ainda que a resposta para se essa é uma franquia em potencial seja ignorada por todo mundo que a Empire pergunta. O que a Branca de Neve e o Caçador está confiando é que todo mundo acima da idade dos 12 anos, e ainda mais crucial, homens, tentem a idéia de que Branca de Neve significa mais do que animais amigos e finais românticos.
“Eu entendo isso”, diz Sanders. “Isso não é uma sequência. É um spin-off de um personagem de desenho e tem um título que as pessoas conhecem, mas eu acho que se você assistir o trailer, nós temos um filme muito diferente. Eu não acho que seja como nenhum outro mundo que eu já tenha visto. E há algo nessas histórias que é universal; que falam com todas as idades. Há uma razão de ainda ser contada séculos mais tarde”. E qualquer conto de fadas tem que ter finais felizes. Certo?
Escrito por Olly Richards – Empire Magazine
Branca de Neve e o Caçador estréia em 1 de Junho e vai receber uma crítica em uma edição futura.

Fonte: RobstenDreams

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