RIO - Dez fãs do livro “On the road”, todos na faixa de 16 a 25 anos, participaram de uma sessão “privê” de "Na estrada", a adaptação do clássico de Jack Kerouac dirigida por Walter Salles, com Kristen “Crepúsculo” Stewart no elenco. O filme estreia sexta-feira, trazendo as aventuras de Sal, Dean e Marylou, regadas a sexo, drogas e jazz, pelas estradas dos EUA. Escolhidos através de uma promoção, os jovens assistiram ao longa e conversaram com o diretor, numa sala de cinema em Botafogo. O bate-papo abordou os bastidores da produção. Salles contou, por exemplo, que chamou Kristen para o elenco antes de ela estrelar a saga "Crepúsculo". A atriz não era famosa, e aceitou ganhar o cachê mínimo estabelecido pelo sindicato dos atores. Anos depois, em 2010, quando o longa foi rodado, a americana já era uma estrela, mas não desistiu do filme. Fez tudo por "amor ao livro", disse Salles (mês passado, a revista "Forbes" divulgou que Kristen é, hoje, a atriz mais bem paga do mundo).
Veja, abaixo, a primeira parte da entrevista. O diretor também falou sobre as suas impressões ao ler "On the road" pela primeira vez, aos 18 anos, e do início do projeto, quando filmou um documentário sobre o clássico de Kerouac. O restante da conversa a gente publica nesta terça-feira.
Kristen quem?
"Kristen foi uma das primeiras a entrar no projeto. Um amigo meu a tinha visto atuar em 'A natureza selvagem' e me contou que era seria perfeita para o papel de Marylou. Então, anotei o nome dela num papelzinho, para não esquecer. Ela era totalmente desconhecida na época, tinha uns 16 anos. No nosso primeiro encontro, para minha surpresa, ela disse que interpretar Marylou era seu sonho e, logo depois, fechamos o contrato. Em 2010, quando começamos a filmar, ela já era superfamosa, mas nem por isso desistiu do projeto".
Salário mínimo
"Como eram desconhecidos na época, tanto a Kristen quanto o Garrett (Hedlund, que interpreta Dean) ganharam o salário mínimo sindical para trabalhar no filme. Eles fizeram tudo por amor ao livro".
Primeira impressão
“Quando li ‘On the road’ pela primeira vez, aos 18 anos, fiquei apaixonado pelo desejo de liberdade que pulsa o tempo todo nas linhas. O texto, com uma comunicação direta com o leitor, também me impressionou”.
Início do projeto
“Fui chamado para dirigir o longa por conta do meu trabalho em ‘Diários de motocicleta’ (filme dirigido por Walter, que conta a história de uma viagem feita por Che Guevara, lançado em 2004), mas senti que não estava pronto para fazer o filme. Então decidi cair na estrada: refiz o trajeto que Sal e Dean percorrem no livro, de Leste a Oeste dos Estados Unidos, umas cinco vezes”.
Documentário
“Nesse caminho, encontrei amigos de Kerouac, entrevistei pessoas que inspiraram suas histórias e fui filmando tudo, enquanto tentava captar verba para filmar ‘On the road’. Os registros ficaram tão bacanas que resolvi transformá-los num documentário, ‘Searching for ‘On the road’, que deve ficar pronto no fim do ano. São 100 horas de material, com direito às entrevistas que fiz, testes dos atores e cenas inéditas que não entraram no corte final do filme”.
Fonte OGLOBO
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